Bancárias e bancários de todo o Rio Grande do Sul estiveram presentes na sede do Sindicato de Caxias do Sul e Região para debater um tema constante nos noticiários e na rotina dos trabalhadores bancários: a segurança (ou a falta de) nos estabelecimentos bancários.

Representantes dos Sindicatos de Bancários do RS, membros da Brigada Militar, autoridades políticas, representantes dos bancos, especialistas, dirigente do Sindicato dos Vigilantes de Caxias do Sul (RS) – todos comprometidos com uma manhã de debates e proposições para o tema.

Sindicatos dos Bancários – Estiveram presentes os representantes do Sindicato dos Bancários do Vale do Caí, Cachoeira do Sul, Bento Gonçalves, Lajeado, Nova Prata, Vale do Paranhana, Litoral Norte, São Leopoldo, Vacaria, Rio Pardo e Passo Fundo. 

Autoridades – Além dos bancários, compareceram o Capitão Frederes e o Capitão Roehs da Brigada Militar; o Capitão Alencastro, Sub-comandante do 12º Batalhão da Polícia Militar de Caxias  e o Capitão Antunes; o coordenador do Sindicato dos Vigilantes de Caxias do Sul Claudiomir da Silva Brum; o assessor de segurança bancária da Associação de Bancos Jaci dos Santos; os diretores da Fetrafi-RS Juberlei Baes Bacelo (diretor de Saúde e Condições de Trabalho), Denise Corrêa, Luiz Carlos Barbosa e Jorge Vieira; o diretor de assuntos jurídicos do SindBancários e diretor da Fetrafi-RS Lucio Paz; o representante da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul e diretor do Sindicato dos Bancários de Caxias do Sul Pedro Incerti e o gerente de segurança patrimonial do Banrisul César Borges.

A mesa de apresentação foi composta pelo diretor do Sindicato dos Bancários de Caxias do Sul Nelso Bebber, o diretor da Fetrafi-RS Juberlei Baes Bacelo e o representante da Câmara de Vereadores Pedro Incerti. Nelso iniciou a mesa salientando que só é possível termos mais segurança com justiça social, começando pela distribuição de renda e por medidas de igualdade. Juberlei salientou os problemas que cada município enfrenta com a precariedade da estrutura de segurança. O diretor reafirmou a necessidade de cobrar dos próprios bancos os investimentos em estrutura, primeiro por ser a atividade bancária uma atividade de risco, e segundo, pela alta rentabilidade do setor bancário. Juberlei também lembrou a defasagem da Lei de Segurança Privada 7.102/83. Pedro, por sua vez, reforçou que as leias, apesar de auxiliarem, não resolvem todo o problema – que precisa ser tratado com medidas de prevenção.

Debate – Após a apresentação da atividade e da fala dos dirigentes, a mesa foi novamente composta para o debate. Na mesa, coordenando a atividade, a diretora do Sindicato dos Bancários de Caxias do Sul Vaine Andreguette. Também compuseram a mesa o diretor da Fetrafi-RS e do SindBancários Lucio Paz, o representante do Banrisul César Borges, o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Caxias do Sul Claudiomir da Silva Brum, o Sub-comandante da 12º BPM Capitão Alencastro e o assessor de segurança bancária da Associação de Bancos Jaci dos Santos.

As autoridades presentes no debate reforçaram a disponibilidade em auxiliar no combate aos problemas de segurança e na necessidade de efetivar tais medidas. O Capitão Alencastro explicou como funciona o processo de cobertura da segurança em Caxias e na Serra. Além disso, reforçou o compromisso e a necessidade do relatório que está sendo atualmente elaborado a respeito da vulnerabilidade das agências e postos de atendimento bancário. Alencastro informou que, através do mapeamento da vulnerabilidade, será possível estabelecer medidas de prevenção para segurança bancária.

Lucio Paz, diretor da Fetrafi-RS e SindBancários, apresentou um relatório aos bancários sobre as atuais negociações entre a categoria e os bancos, além dos cenários preocupantes da violência no setor. Lucio atribui os principais problemas de vulnerabilidade a alguns fatores principais: descaso dos bancos, instalações vulneráveis (precárias), defasagem da Lei de Segurança Privada (7.102/83), fragilidade da segurança pública e um sentimento coletivo de insegurança geral.

Apesar dos problemas com a segurança, Lucio lembrou que os bancários atualmente se organizam em diversas frentes de luta, as mesmas que têm contribuído para significativas melhorias. As atuais Mesas Temáticas (estruturadas na negociação entre Contraf/federações/sindicatos com a Fenaban/bancos) geram avanços nas discussões e nas proposições. Atualmente, está sendo estruturando um projeto-piloto de segurança bancária que, se gerar bons resultados, será implantado em todo o país (atualmente está localizado nas cidades de Recife, Olinda e Jaboatão dos Guarapes). O projeto é uma conquista da Campanha Nacional da categoria deste ano. A implementação de leis municipais que reforcem a segurança nos municípios também é uma necessidade que começa a ser estudada e aplicada.

Os bancários já conquistaram algumas cláusulas que versam sobre segurança na atual CCT da categoria, e a própria Febraban aponta resultados positivos de declínio das ocorrências policiais. Porém, os dados que exemplificam a violência ainda são gritantes: em 2011, foram 49 mortes em assaltos a bancos em todo o país (4 no estado do Rio Grande do Sul, sendo 3 na Serra gaúcha). A necessidade de combater um crime muito conhecido nesses estabelecimentos, a famosa “saidinha de banco”, também volta à discussão. A categoria bancária defende a implementação de biombos para a proteção dos trabalhadores e clientes das agências.

Após as explanações da mesa, os presentes puderam intervir e complementar o debate. Representantes dos sindicatos, da Fetrafi-RS e dos bancários de Caxias do Sul e Região fizeram suas perguntas e suas colocações a respeito do tema. A diretoria do Sindicato dos Bancários de Caxias do Sul lembrou que o papel do Sindicato é justamente o de realizar e fomentar o debate, qualificando os dirigentes sindicais para discutir sobre o assunto com a categoria e a comunidade.

Através das iniciativas da categoria e da responsabilização do poder público (Câmara de Vereadores, administração municipal, setores da segurança pública) será possível construir um ambiente de trabalho mais saudável e seguro para os bancários – bem como para toda a população.

 

 


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