O ‘Jornal das Bancárias’ lançado nesta segunda-feira, 4 de fevereiro, pela Contraf-CUT, é uma publicação especial dirigida aos sindicatos e federações para ser impressa e distribuída na categoria, com o objetivo de reforçar as atividades do 8 de março, Dia Internacional da Mulher.
 
Sob o título "Somos Muitas. E queremos mais", o material já está disponível na área restrita do site da Contraf-CUT para ser acessado pelas entidades filiadas.    "A trajetória das mulheres nos bancos é uma trajetória de luta para conquistar seu espaço", afirma a secretária de Mulheres da Contraf-CUT, Deise Recoaro. Clique aqui para ler o jornal.
 
A secretária lembra que o movimento sindical conquistou importantes vitórias ao longo desta história, muitas delas relacionadas à maternidade, sendo a mais recente a ampliação da licença maternidade para 180 dias. "Mas as desigualdades ainda são muitas", denuncia.
 
Para se ter uma ideia, as mulheres entram no banco ganhando em média 22,9% menos do que os homens, de acordo com o levantamento do Dieese. Enquanto as mulheres são admitidas com uma remuneração média de R$ 2.318,33, os homens chegam ao banco com R$ 3.006.91.
 
A saúde das mulheres no trabalho é destaque na edição. Um dos grandes problemas que atinge tanto a mulher quanto o homem está relacionado às doenças e transtornos mentais, causados por excessivas pressões por vendas de produtos bancários, que muitas vezes desembocam para o assédio moral.
 
"As mulheres muitas vezes são pressionadas ou induzidas a utilizarem dos atributos físicos para facilitar a venda de produtos. É muito comum ouvir relatos de bancárias que dizem serem instruídas a aumentarem o decote para aumentarem as vendas", aponta Deise.
 
Embora sejam fenômenos recentes, os assédios moral e sexual no local de trabalho estão muito presentes no dia-a-dia, e as vítimas, na maioria dos casos, são mulheres. Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) indicam que 52% das mulheres economicamente ativas já foram assediadas sexualmente.
 
"Queremos que as mulheres sejam valorizadas e reconhecidas pelo seu profissionalismo, pela sua capacidade e pelo investimento na formação e qualificação. Por isso, precisamos nos organizar em todos os cantos do Brasil, de modo a denunciar e pressionar para que o assédio não ocorra mais", ressalta Ivone Silva, secretária-geral da Contraf-CUT.
 
O jornal salienta ainda a importância da organização das mulheres, através de coletivos nos sindicatos e federações, buscando diagnosticar os problemas que afetam as mulheres nos diversos bancos, "refletir sobre a condição das bancárias sob a luz do conhecimento acumulado em universidade e pelo movimento sindical, a fim de formular propostas e intervir tanto no local de trabalho como em questões mais amplas da sociedade", enfatiza Ivone. 
 
Fonte: Contraf-CUT

 


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