O assédio moral tem atingido índices escandalosos nos bancos públicos e privados. Há muito tempo, essa é uma pauta prioritária das Campanhas Salariais, e objeto de discussões perenes nas mesas de negociação nacionais. Sabe-se que muitos casos de adoecimento físico e psíquico podem ser atribuídas à prática de assédio moral das direções dos bancos para com seus funcionários.

O alcance de metas cada vez mais desumanas está no centro desse problema. Agora, a combinação de metas desumanas, assédio moral e exploração levou à demissão de uma bancária reconhecidamente competente do Itaú em Santo Ângelo, o que gerou consternação e revolta nos demais bancários.

A bancária tinha 12 anos de banco e ocupava o posto de gerente Uniclass. Segundo o relato dos colegas, ela cumpria suas metas e respondia por 50% das metas da agência. Em vez de premiada, entretanto, a trabalhadora foi penalizada pelo Itaú: além da sua carteira de clientes, passou a assumir o trabalho da gerente geral, que se encontrava em processo de aposentadoria. Acumulou-se a isso, ainda, o encerramento de 2 mil contas da folha de pagamento da Prefeitura Municipal de Santo Ângelo. Prejudicada pelo acúmulo de funções, a bancária deixou de alcançar suas metas do programa “Agir”, e, por isso, foi demitida.

O caso é grave, e é emblemático da postura que o Itaú vem encaminhando em todo o país, ao operar com equipes cada vez menores, e, assim, sobrecarregar funcionários, que, muitas vezes, desempenham diversas funções dentro de uma mesma agência. Para o diretor da Fetrafi-RS e também funcionário do Itaú Arnoni Hanke, a pressão pelas metas chegou ao seu limite. “A Fetrafi-RS, seus sindicatos filiados e a Contraf irão aumentar a mobilização para pôr um fim nessa situação desumana”, afirma.

Fonte: Fetrafi-RS


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