A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contratou o Ibope para saber a avaliação da população sobre a reforma política. De acordo com o levantamento, 85% são a favor da reforma, sendo que 84% querem que as mudanças possam valer já para as eleições de 2014.

Com a pesquisa, a OAB e o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) querem acabar com a ideia de que as manifestações que tomaram conta do país em junho não têm relação com o tema. Ainda de acordo com a sondagem, 92% disseram ser favoráveis à realização da reforma política por meio de projeto de lei de iniciativa popular. 

A maioria da população (78%) também não aprova que empresas façam doações às campanhas eleitorais. Além disso, 80% defendem a imposição de limites de gastos para uso em campanhas. Para 90%, a pena para caixa dois de campanha deve ser mais rigorosa.

A pesquisa também mostra que a população está disposta a mudar a forma de eleição dos deputados. A apresentação de uma lista de propostas e candidatos recebeu 56% de apoio, enquanto 34% mostraram preferência pela maneira atual. Perguntados posteriormente sobre quais temas receberiam votos, a saúde apareceu em com 56% das menções (respostas estimulada), seguida por educação, com 20%.

Em relação às manifestações, o levantamento mostra que 84% afirmaram ser a favor dos atos. Tal percentual sobe para 93% dentro do grupo com curso superior.

Para 37%, as pessoas foram às ruas por um sentimento de "revolta". Em segundo lugar em número de indicações ficou a "sensação de abandono/descaso", com 32% das indicações. Na sequência aparecem esperança (13%), frustração (9%), confiança (3%), orgulho (2%), nenhuma destas opções (2%).

A pesquisa foi feita com 1,5 mil pessoas entre 27 a 30 de julho. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

Segundo o presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado, a entidade e outras 70 instituições defendem um projeto de iniciativa popular batizado de "eleições limpas", que gira em torno de três eixos principais: o voto em propostas e depois em candidatos, o financiamento limitado de campanha e sem participação de empresas e a maior liberdade de imprensa na cobertura das eleições.

Como a pesquisa mostra que a população anseia por um sistema novo já em 2014, o juiz Márlon Reis, que preside o MCCE, explica que as associações vão buscar apoio no Congresso para que o projeto já comece a tramitar, mesmo que sem a obtenção das 1,5 milhão de assinaturas necessárias para apresentação de projeto de iniciativa popular.

Segundo Reis, há tempo suficiente para o parlamento votar o texto com tais mudanças para 2014: "O tempo é político. Se o Congresso não votar é porque não quis ouvir a vontade popular. Não há obstáculo regimental."

Fonte: Valor Econômico


Compartilhe este conteúdo: