A Campanha Salarial dos bancários iniciou ainda no mês de junho, com os encontros estaduais e nacional. No dia 30 de julho foi entregue a minuta para a FENABAN. No mês de agosto houveram três negociações, referente aos principais pontos das nossas reinvindicações:  condições de trabalho, emprego, segurança e índices econômicos. No dia 5 de setembro a FENABAN apresentou a sua proposta. Apenas 6,1% de reajuste e sem nenhum avanço nos outros itens negociados. Os bancários, com o objetivo de chegar a um acordo pela negociação,  esperaram uma nova proposta até o dia 19 de setembro. Diante do silêncio da FENABAN, era aceitar os 6,1% e nenhum avanço nos outros pontos, ou ir para a GREVE. Diante da intransigência dos banqueiros, os bancários iniciaram mais uma greve.

 

Apesar do poder econômico dos banqueiros e de sua influência  na política e na grande mídia; os bancários fizeram a maior greve dos últimos 20 anos em número de Centros administrativos  e de agências paradas. Foram vários avanços e novas conquistas nesta campanha salarial. Consideramos as mais importantes, as que se referem às condições de trabalho. Os bancos estarão proibidos de cobrar metas via torpedo pelo celular do bancário. Também será criado um grupo de trabalho para análise das causas dos afastamentos por doença ocupacional no setor e para buscar solução de forma que os da ativa não adoeçam.

As empresas que antes usavam o termo recursos humanos nas suas relações de trabalho passaram a usar novas denominações como gestão do capital humano, gestão de pessoas. O que existe, na realidade, é a gestão do lucro. Não é a toa que melhorar o índice de eficiência virou reduzir despesas. A gestão do lucro não pode continuar. Faz mal para os trabalhadores e ao Brasil. Uma das batalhas da civilização é o reconhecimento da primazia do trabalho sobre o capital. O trabalhador não pode ser tratado como mercadoria. O mundo do trabalho precisa de emprego decente. A vida das pessoas tem que ser colocada acima do lucro.

Foi mais uma campanha vitoriosa, fruto da mobilização, da ousadia e da unidade da categoria bancária de todo o país. Os bancários deram mais uma demonstração de força, dobrando  a intransigência dos bancos, que este ano tinham a estratégia clara de acabar com os aumentos reais e rebaixar conquistas para reduzir custos.   

Sabemos que diante dos grandes lucros dos bancos poderiam ter concedido um reajuste maior. Sabemos também que os bancários são os principais responsáveis pela geração dos ganhos dos bancos. Sabemos que merecemos muito mais. Nos últimos 10 anos os bancários acumularam 18,3% de aumento real e 38,7% de ganho real no piso, mas isto somente foi possível com a organização e a unidade


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