Denúncias quase que diárias de bancários e clientes levaram a diretoria do Sindicato dos Bancários de Piracicaba, interior de São Paulo, a lançar a Operação "Sem ar não tem clima para trabalhar". A Operação foi deflagrada na manhã desta sexta-feira, 7, nas agências do Banco do Brasil da Avenida Doutor Edgard Conceição e da Praça Takaki, ambas localizadas no bairro Paulista, em Piracicaba.

O motivo das reclamações é a manutenção dos aparelhos de ar condicionado que não está sendo feita nas agências e com as altas temperaturas registradas nas últimas semanas está praticamente impossível trabalhar e ser atendido dentro dessas agências, segundo os bancários. Em função disso, as agências foram fechadas para atendimento ao público pelo Sindicato às 12h e 13h, respectivamente, até às 16h.

"O gerente da agência da avenida Edgard Conceição afirmou que enviou 23 reclamações nos últimos meses ao Banco quanto ao funcionamento do ar condicionado. O equipamento funciona um dia, quebra no outro e os funcionários não aguentam mais trabalhar com um clima quente, seco e abafado", afirmou o presidente do Sindicato, José Antonio Fernandes Paiva.

Paiva acrescentou ainda que funcionários estão levando ventiladores e leques para refrescar o ambiente de trabalho, já que o banco não toma nenhuma atitude. "As condições de trabalho são insalubres e isso é falta de respeito com bancários, vigilantes e clientes. Não podemos admitir, por isso estamos aqui hoje fechando as agências, que é um pedido dos próprios bancários, até que o banco tome algumas providências e troque os aparelhos que estão velhos demais e só trazem problemas de saúde aos bancários", salientou.

De acordo com um funcionário da agência, o técnico que realiza o conserto do ar condicionado afirmou que o aparelho não comporta mais a necessidade da agência e solicitou ao Banco a compra de novos aparelhos, mais modernos, que encerrarão os problemas. O Banco teria afirmado que faria esta troca, porém até o momento nada foi feito.

Clientes reclamam do desrepeito

Vários clientes das duas agências, que reclamaram do calor e da falta de respeito do banco. "Não é a primeira vez que venho nesta agência e passo mal de tanto calor, falta de ar. Hoje trouxe uma toalha para amenizar um pouco, mas é muito difícil ficar em lugar fechado sem ar condicionado", afirmou uma dona de casa.

Antes do fechamento das agências, os diretores presenciaram vários clientes deixando os locais por não suportarem o calor, afirmando que procurariam outro banco.

Temperatura tem de ficar entre 20° e 23°, diz a norma

Durante a Operação, Paiva salientou que as condições de trabalho não respeitam a Norma Regulamentadora 17, que visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.

No ítem 17.5, com referência as condições ambientais de trabalho, existem as seguintes exigências: índice de temperatura efetiva entre 20ºC e 23ºC e umidade relativa do ar não inferior a 40%.
O gerente da agência informou que comprou um termômetro e, em dias menos quentes como o de hoje (sexta), a temperatura ambiente da agência foi de 30ºC.

A diretora responsável pelo Núcleo de Qualidade de Vida do Sindicato, Olivia Brossi, entrou em contato com o Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) para convocar uma reunião de emergência. A reunião foi agendada para a próxima quarta-feira, 12, às 15h, na sede do SINDBAN, onde será organizado um plano de ação e fiscalização para as agências de Piracicaba.

Fonte: Contraf-CUT e SEEB Piracicaba


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