Diante de situação desesperadora, gerentes comerciais do Itaú ainda encontram certo bom humor para definir seu cotidiano no banco: "nem é mais leite, estamos tendo que tirar iogurte de pedra" e "somos as verdadeiras laranjas da empresa (referindo-se à cor do Itaú), nos usam até o bagaço" são algumas das expressões para descrever a rotina de metas inalcançáveis e pressão constante vividas nas agências.

Os funcionários relatam que estão sendo cobrados constantemente pelos gerentes regionais, por e-mail inclusive, a ultrapassar as metas do Agir (programa de remuneração variável).

"O Agir remunera o funcionário até 1.200 pontos, a partir disso ele não recebe mais. Acontece que os gerentes regionais estão pressionando os gerentes comerciais de suas áreas a ultrapassar essa pontuação em até 875 pontos por quinzena, o que eles chamam de break even", explica a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Márcia Basqueira.

"No final do mês, portanto, os funcionários têm de entregar uma pontuação de 1750. Os bancários pressionados e sobrecarregados não ganham mais nada por isso, mas os supervisores regionais sim: ficam bem vistos pela direção da empresa e ganham prêmios como viagens internacionais", acrescenta.

A dirigente sindical ressalta que o esforço dos funcionários nunca é recompensado: "Mesmo que eles se empenhem e batam as metas, estando classificados no primeiro quartil, recebem o parabéns institucional da empresa, mas continuam sendo cobrados pelo chefe para fazerem em torno de 1.700 pontos. O Sindicato vai levar esse problema à direção do banco, cobrando solução para essa situação injusta e desumana", informa Márcia.

Fonte: Seeb São Paulo
 


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