A manhã da última quinta-feira (10) podia ser como outro dia qualquer para os bancários e bancárias do Banpará de Pedreira (PA). Podia. Mas não foi por dois motivos: desde o início da semana, os funcionários têm que fazer hora extra todos os dias, e um dos caixas, junto com a família dele, foi sequestrado pela terceira vez em menos de três anos.

"Quando o mesmo bancário foi sequestrado em 2011, a direção do banco ordenou a abertura da unidade, mesmo com os colegas dele de trabalho abalados com a situação. Hoje não foi diferente. Assim como no ano passado, tivemos que impedir o funcionamento completo da agência, em respeito aos bancários e bancárias que, mais uma vez, ficaram traumatizados, porque infelizmente esse banco é incapaz de ter humanidade", afirma a diretora do Sindicato dos Bancários do Pará e funcionária do Banpará, Érica Fabíola.

Em respeito também aos clientes que já tinham pegado senha para atendimento antes da agência abrir, o Sindicato permitiu que apenas essas pessoas fossem atendidas. Eram mais de 100 funcionários de uma empresa de segurança particular que iriam receber o salário direto no caixa, pois desde o mês passado eles estariam sem o cartão magnético. Por esse motivo, a unidade estava lotada e o problema teria começado desde a última segunda-feira.

"Todos os cerca de 2.000 funcionários da empresa privada foram direcionados para receberem o salário nessa agência, e desde o início da semana a situação é essa de superlotação. São apenas três caixas aqui e eles estão fazendo hora extra todos esses dias. Exigimos que o banco pague o valor devido aos trabalhadores e trabalhadoras. Afinal, isso poderia ter sido resolvido se o banco tivesse tomado alguma providência urgente em relação à entrega dos cartões", ressalta a diretora do Sindicato e funcionária do Banpará, Odinéa Gonçalves.

Para amenizar o problema, o Sindicato entrou mais uma vez em contato com o banco para pedir a substituição dos caixas da unidade assaltada por outros e também o reforço de mais caixas para atender de forma mais rápida os clientes.

"Vale ressaltar que em apenas três dias esse é o terceiro assalto que registramos aqui no Pará. Um dado alarmante e também preocupante, mas que infelizmente o governo do Estado parece fazer vista grossa, pois insiste em dizer que as ocorrências estão diminuindo, o que sabemos que não é verdade. Pelo contrário, no mesmo período do de 2012 a quantidade de assaltos consumados foi inferior a esse primeiro semestre. Cada ano que passa, tem aumentado em média 10 ataques a bancos. Ser bancário aqui no Pará é profissão de risco", aponta a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.

Até o fechamento dessa matéria, bancário e família já tinham sido libertados e nenhum dos suspeitos pelo sequestro foi preso.

Fonte: Seeb Pará
 


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