As taxas de juros cobradas no cartão de crédito atingiram o maior patamar em quase 15 anos, de acordo com dados da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

Em novembro, os juros médios cobrados nessa modalidade chegaram a 10,90% ao mês, o equivalente a 246,08% ao ano. É o maior patamar registrado desde janeiro de 2000, quando a taxa de juros média do cartão era de 10,93% ao mês (ou 247,2% ao ano). Em outubro, o juro médio foi de 10,78% ao mês.

O aumento acontece porque o risco de inadimplência subiu nos últimos meses, com a retomada do ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, a partir de outubro, e inflação em alta.

Segundo Miguel Ribeiro de Oliveira, coordenador da pesquisa e diretor-executivo da entidade, essa combinação acaba reduzindo a renda disponível das famílias para o pagamento das dívidas.

Outros fatores, como o baixo crescimento econômico, que contribui para o aumento dos índices de desemprego, e as expectativas negativas para 2015, também contribuem para o maior risco de calote, explica Oliveira.

Para compensar possíveis perdas com inadimplência. as instituições financeiras aumentaram as taxas de juros cobradas do consumidor.

CHEQUE ESPECIAL

As seis linhas de crédito pesquisadas pela associação registraram alta em novembro.

Os juros no cheque especial renovaram o maior valor em quase 11 anos. A taxa média cobrada em novembro foi de 8,56% ao mês (ou 167,9% ao ano), ficando atrás somente de dezembro de 2003, quando ficou em 8,64% ao mês (ou 170,3% ao ano).

Segundo a Anefac, o juro médio ao consumidor cobrado nas operações de crédito passou de 6,08% ao mês em outubro (103% ao ano) para 6,14% ao mês (ou 104% ao ano) em novembro.

PESSOA JURÍDICA

Os juros médios cobrados de empresas registraram também subiram em novembro, passando de 3,44% em outubro (ou 50,06% ao ano) para 3,49%, o equivalente a 50,93% ao ano.

As três linhas de crédito analisadas nessa modalidade tiveram alta nos juros.

No capital de giro, a taxa média subiu de 1,93% ao mês em outubro para 1,96% em novembro.

Já a taxa de desconto de duplicatas avançou de 2,52% ao mês em outubro para 2,56% mensais em novembro. A conta garantida passou de 5,87% para 5,94% ao mês.

Fonte: Folha de S.Paulo
 


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