Os colegas do Banco do Brasil que participaram do Encontro Estadual dos Funcionários e Funcionárias do Banco do Brasil, no sábado, 23/5, aprovaram por unanimidade, as resoluções, encaminhamentos e moções que um grupo de 18 delegados irá levar ao passo seguinte da Campanha Salarial 2015. O conjunto de propostas elaboradas pelos bancários será apresentado no Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, de 12 a 14 de junho, em São Paulo.

O Encontro Estadual foi promovido pela Fetrafi-RS, simultaneamente ao Encontro Estadual de Empregadas e Empregados da Caixa, que também deliberou as resoluções e encaminhamentos ao 31º Conecef, de 12 a 14 de junho, em São Paulo.

As propostas foram construídas mediante debates e consenso. Cada item (confira ao final desta reportagem a íntegra das propostas) foi repassado e aberto espaço para sugestões. Propostas relacionadas à saúde, remuneração, segurança, organização sindical suscitaram mais questionamentos e motivaram amplos debates.

"Este encontro é fundamental para que possamos organizar a Campanha Salarial. É o primeiro passo da nossa luta. É importante a comparação que fizemos com as resoluções propostas do ano passado para que possamos avaliar a nossa luta e definir a organização do movimento. O que podemos dizer desse encontro preparatório é que temos muito a cobrar do Banco do Brasil em termos de respeito aos nossos direitos, à conquista de novos benefícios e ao atendimento à nossa saúde”, avaliou o diretor de formação e funcionário do Banco do Brasil, Júlio Vivian.

Cassi

As reuniões que ocorreram entre representantes do Corpo Social da Caixa de Assistência e a diretoria do Banco deixaram evidente o antagonismo das propostas encampadas pelos negociadores. O Banco se recusa a fazer o aporte extraordinário pleiteado pelo Corpo Social. Ele propõe repassar para a Cassi valores hoje provisionados no balanço do BB como compromisso com o pós-laboral, ou seja, com os aposentados. Este valor seria depositado numa conta em nome da Cassi, num fundo da BBDTVM, com regulamento próprio para gestão das despesas da Cassi com os futuros aposentados, gestão essa que é hoje de responsabilidade do BB.

Em caso de déficits futuros, o BB propõe que os estes sejam rateados somente entre os associados, a serem pagos no ano seguinte, em 12 parcelas mensais. O Banco propõe que nos critérios de rateio sejam utilizados fatores como idade do associado, grupo familiar (número de dependentes) e utilização do plano.

Segundo a dirigente da Fetrafi/RS, Maria Cristina Santos, "O BB tem compromisso de fazer provisionamento para o pós-laboral de todos nós. E esta proposta não atende aos nossos interesses, pois isenta o BB de vez da cobertura da saúde de aposentados e pensionistas, e da cobertura de déficits que ele, Banco, é principal responsável; também força a quebra do princípio da solidariedade que temos hoje em nossa Caixa de Assistência”.

Cargos técnicos

Um das questões que surgiram durante os debates do 26º Encontro Estadual dos Funcionários e Funcionárias do Banco do Brasil diz respeito aos cargos técnicos com curso superior no BB. Esses colegas realizaram concurso público para escriturário, mas foram incorporados a outros cargos na medida em que foram ascendendo ou concluindo cursos superiores. É o caso de engenheiros, arquitetos, funcionários de TI (tecnologia da informação) e outros.

Os técnicos estão com salários defasados, querem reconhecimento do Banco do Brasil acerca de repasses e pagamentos de valores por viagens e hospedagens. No caso dos arquitetos, por exemplo, o banco remunera esses profissionais de forma inferior ao piso da categoria, que é de nove salários mínimos. Há alguns anos, o Ministério Público Federal entrou com uma ação, exigindo que esses trabalhadores retornassem aos seus locais de origem em virtude de não terem sido aprovados em suas funções técnicas em concurso público.

"Há muitas distorções em relação aos trabalhadores que ocupam cargos técnicos, mas que ingressaram no banco por concurso para a vaga de escriturário. Uma dessas distorções se refere aos salários. Muitos sequer recebem o valor do piso da sua categoria. Há quem precise viajar muito, e o Banco, por vezes, não disponibiliza valores de despesas como alimentação e hospedagem que cubram os gastos”, acrescentou o diretor de formação do SindBancários, Julio Vivian.

Por isso, durante o encontro do sábado, uma das propostas de reivindicação é a criação de uma mesa específica para debater assuntos específicos dos cargos técnicos. A ideia do movimento sindical é que representantes das respectivas categorias dos trabalhadores desses cargos técnicos participem das mesas. O movimento sindical defende que, para os cargos técnicos, seja mantida isonomia com a carreira do SESMIT.

Quinze minutos das mulheres

Entre as propostas, também surgiu uma que permite às mulheres flexibilizar o intervalo de 15 minutos. A ideia é fazer com que elas escolham quando querem realizar o intervalo, podendo ser no início, durante ou ao fim do expediente. Na prática, isso permite que as mulheres possam chegar até 15 minutos mais tarde no horário de entrada ou sair 15 minutos mais cedo.

Resumo das propostas

– Remuneração e condições de trabalho
– Cassi/Saúde e PREVI/Previdência
– Organização do Movimento
– Fortalecer o Banco do Brasil e transformá-lo em instrumento público para regular o sistema financeiro.
– Piso de ingresso igual ao salário mínimo, calculado pelo DIEESE (R$ 3.251,61, em abril de 2015), corrigido por interstício de 12 a 16%.
– Fim das metas e do assédio moral

Fonte: Imprensa/SindBancários
 


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