A agenda dos novos delegados sindicais do Banrisul esteve lotada de compromissos importantes ao longo desta sexta-feira. Logo no início da manhã, Fetrafi-RS e SindBancários receberam banrisulenses vindos de todas as regiões do Estado para o café da manhã, seguido de palestra sobre conjuntura com o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo e debates sobre as demandas específicas dos trabalhadores do banco. Para encerrar o primeiro turno de atividades, Federação e Sindicatos promoveram um ato público em frente à Agência Central da instituição, na Praça da Alfândega. À tarde, a programação continuou com reuniões dos delegados sindicais do Interior e da Capital.

Durante suas explanações, o presidente da CUT/RS destacou a importância da unidade das categorias para enfrentar os ataques sofridos pela classe trabalhadora no último período. Além da luta contra o PL 030 – que amplia o processo de terceirização – o presidente da Central Única dos Trabalhadores destacou a retirada de direitos já garantidos pela CLT, através das MPs 664 e 665, que dificultam a concessão de benefícios essenciais.

Claudir destacou a importância da participação massiva dos bancários na audiência pública sobre o PL 030, que ocorre no dia 25 de junho, às 14h no Auditório Dante Barone, na Assembleia Legislativa RS. "A audiência foi convocada pelo senador Paulo Paim. Faremos uma concentração a partir das 11h, em frente à Federasul para dar visibilidade ao evento. Precisamos colocar um grande público nesta manifestação para que ela não passe em branco na mídia”, reforça o sindicalista.

Segundo o dirigente sindical cutista, a pauta capitalista vai se impondo na luta de classes. "Se algum de vocês acha que terá zona de conforto na função de delegado sindical está enganado. Mais do que nunca precisamos debater os temas que podem mudar os rumos do país e da democracia brasileira. A redução da maioridade penal é um deles. O Congresso quer dar uma satisfação à sociedade em cima de informações equivocadas”, avalia Nespolo.

O presidente da CUT também enfatizou a luta contra a retirada de direitos. "Nós temos o pior Congresso da história da república em termos de correlação de forças. Na gestão anterior havia 86 deputados ex-sindicalistas, agora temos somente 44. Hoje 60% dos deputados são empresários. Um dos fatores determinantes para este crescimento do conservadorismo é o financiamento privado das campanhas”.

De acordo com Nespolo, a CUT sempre exerceu seu papel em defesa dos direitos dos trabalhadores, independente dos governos. "Fizemos muito mais greves no Governo Lula do que no Governo FHC. Agora estamos enfrentando os desafios impostos pela conjuntura política com a mesma determinação. Aqui no Estado, o Sartori passou a conversa em todo mundo e recebeu um cheque em branco. Ele não tem compromisso assumido com o povo gaúcho, enquanto é blindado pela imprensa sob a desculpa de equilíbrio do déficit”, analisa o sindicalista.

O presidente da CUT/RS disse ainda que os militantes do movimento sindical precisam identificar que o inimigo não é este ou aquele político, mas sim todo o aparato extremamente conservador que se estabeleceu no País nas últimas eleições. "A leitura da conjuntura atual não pode ser feita somente através das páginas dos jornais ou da televisão, mas deve ser complementada com a nossa troca de informações para que possamos identificar o verdadeiro inimigo”, finaliza Nespolo.

Fonte: Comunicação/Fetrafi-RS
 


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