Depois três dias de debates, os mais de 300 delegados presentes na 17ª Conferência Estadual dos Bancários, neste final de semana, elegeram suas prioridades e também a delegação que representará o Estado na 17ª Conferência Nacional dos Bancários, que será realizada em São Paulo, nos dias 31 de julho, 1 e 2 de agosto.

Na abertura do evento, Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT, fez uma análise da conjuntura atual brasileira. "Com a aprovação de um projeto como o da terceirização, nossa CCT e até a CLT se tornaram absolutamente obsoletos e sem valor. É isso que vai acontecer! Estamos vivendo uma transformação de uma crise política em crise econômica, mas os bancos obtiveram lucro recorde. Como se já não bastasse, aparece a venda do HSBC. Apesar de tudo isso, eu continuo otimista. Pois vamos levar pra mesa de negociação uma organização que completa 30 anos de unidade e luta!"

Para Elias Jordão, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, "a Conferência Estadual é mais um passo na nossa caminhada rumo à campanha salarial, após a consulta e as Conferências Regionais. A participação dos bancários é fundamental para que o processo seja democrático e que tenhamos unidade nessa construção", resumiu.

"Após três dias de debates, avançamos bastante. Quando fazemos essas discussões, reafirmamos as dificuldades enfrentadas pelas categorias e a necessidade da unidade, na luta e nos Sindicatos. Temos pela frente um enfrentamento bastante duro: este que está sendo promovido aos ataques dos trabalhadores. E saímos daqui mais fortes para mais essa batalha!", concluiu Junior Cesar Dias, presidente da Fetec-CUT-PR.

Uma das questões levantadas durante o evento foi a de que os trabalhadores dos bancos estão adoecendo por conta da gestão atual dos grupos financeiros. De acordo com o advogado do Instituto Declatra, Nasser Allan, que ministrou uma palestra sobre a saúde do bancário na conferência, foi realizado – entre a entidade e o Sindicato dos Bancários de Curitiba – um projeto piloto para confirmar esta informação. O banco escolhido para este projeto foi o HSBC. "Verificamos que há um grande número de bancários que estão adoecendo, sofrendo de doenças como depressão, síndrome do pânico, estresse, entre outras", disse.

O advogado conta ainda que foi verificado sete casos extremos, em que os trabalhadores acabaram cometendo suicídio. Para Allan, a doença que acomete os trabalhadores dos bancos está na forma de gestão. "É muita pressão para cima do trabalhador. Esse tipo de gestão só está trazendo prejuízos aos bancários, que acabam pedindo demissão", finaliza.

Fonte: Contraf-CUT, com informações do Seeb Curitiba
 


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