Avançar na organização dos movimentos sociais e impedir ofensivas criminosas contra os trabalhadores e sua representação sindical é o principal desafio deste momento, na avaliação do cientista político Emir Sader, durante análise de conjuntura realizada na 17° Conferência Estadual da Fetec-CUT/SP, na manhã deste sábado (25), em São Paulo.

Sader, que é professor doutor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, coordenador do Laboratório de Políticas Públicas e Secretário Executivo do Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales, explicou que todo o processo atual de ataques é consequência da eleição de um Congresso Nacional conservador em 2014 e da não democratização dos meios de comunicação no Brasil.

"Nesse momento, a esquerda precisa defender todo um processo histórico, que trouxe avanço das conquistas sociais", avisa ao complementar: "Nos últimos anos, políticas de governo restauraram prioridades das elites econômicas, proporcionando melhorias da situação financeira da população. Esse governo democrático-popular deu prioridade às causas sociais, de maneira solidária e humanista", afirmou Sader.

A análise também foi compartilhada pelo ex-deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino, ao fazer um resgate do que foram as conquistas da classe trabalhadora nas últimas décadas.

Conforme sua exposição, os trabalhadores saíram de uma realidade de subtração das liberdades nos anos da Ditadura Militar, para um período de direitos mínimos nos governos neoliberais e, a partir de 2002, para o resgate da cidadania, possibilitada por meio de políticas públicas, cujo resultado foi a criação de mais emprego, avanço nos direitos e diminuição da pobreza no País.

"Essas mudanças beneficiaram os bancários com aumentos reais anuais e conquistas de novos direitos. Agora, iniciamos uma nova campanha, cujo pano de fundo é o debate sobre a crise política e econômica no país. O desafio é ainda maior. Além de defendermos as questões da categoria, temos de fazer o debate com a população sobre todas as conquistas do conjunto da sociedade brasileira. Nós mudamos o país, e a população tem de saber disso", salientou Marcolino.

Sem justificativa para demitir

Na sua exposição, o professor Emir Sader também criticou a sanha especulativa do sistema financeiro nacional e internacional. "É uma vergonha o lucro dos bancos em qualquer lugar do mundo. Todo grupo econômico têm em sua cabeça um grande especulador financeiro. Hegemônico, hoje, é o capital financeiro na modalidade especulativa. Em vários países em crise, como a Grécia, os bancos se salvaram, mas quebraram as nações. É um sistema predador, concentra recursos e extermina empregos", afirmou.

Também defendeu o emprego da categoria. "O nível de lucro não justifica nenhuma demissão dos bancos" e completou: "É preciso que esse setor hegemônico seja transparente e é necessário cobrar de onde veio o dinheiro e o que estão fazendo para retribuir isso à sociedade e para o país", salientou.

Fonte: Fetec-CUT/SP
 


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