Em assembleia específica realizada na noite da sexta-feira (30), na Praça do Cebolão, no Setor Bancário Sul, bancárias e bancários do BRB aprovaram a proposta apresentada pelo banco e encerraram a greve. Foram 25 dias de forte mobilização dos trabalhadores contra a intransigência da diretoria do banco, que insistia em travar as negociações.

A proposta final, negociada desde a última quinta-feira (29) pela diretoria do Sindicato dos Bancários de Brasília, é resultado da greve de maior adesão dos trabalhadores da história do BRB, que não se curvaram à truculência da direção do banco. Caixas e escriturários fortaleceram o movimento paredista e, em momento decisivo, contaram com a participação expressiva dos comissionados.

“Esta greve ficará na história do banco e na história dos bancários do BRB. A união dos trabalhadores foi decisiva para quebrar a resistência do banco e do Governo do Distrito Federal na mesa de negociação. A lição que tiramos é que a unidade da categoria e, especialmente, dos bancários do BRB, é capaz de dobrar a resistência patronal”, destaca Antonio Eustáquio, diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília e bancário do BRB.

“Foi uma campanha salarial intensa, marcada pela força expressiva dos trabalhadores do banco, principalmente de escriturários e caixas, para arrancar um reajuste digno. Mesmo com as dificuldades impostas pela diretoria do banco durante o processo negocial, não enfraquecemos e continuamos na luta”, reforça a delegada sindical e bancária do BRB Samantha Nascimento Sousa.

Diretoria nota zero

Não bastasse a trapalhada da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) não paga no primeiro semestre, a diretoria do BRB apresentou a vergonha proposta inicial de reajuste zero e encerrou unilateralmente as negociações ainda no dia 2 de outubro.

O Sindicato buscou intermediação do GDF para destravar o processo negocial, enfatizando a negativa do banco a praticamente todas as cláusulas da pauta específica e a postura intransigente da diretoria em não apresentar uma proposta digna.

Logo no primeiro dia de greve dos bancários de Brasília, em 6 de outubro, nova proposta do banco é apresentada. Dessa vez, o índice de reajuste de 5,5% apenas no Vencimento Padrão (VP) e no Complemento Pessoal de Vencimento Padrão (CPVP) era a materialização de uma perda de 9,8% na remuneração de mais da metade do quadro de funcionários.

Bancária e deputada federal, Erika Kokay participou da assembleia dos trabalhadores do BRB que determinou o fim da greve e criticou a postura da diretoria do banco e do governo do DF. “Os bancários do Banco de Brasília passaram a mensagem à direção do banco e ao GDF de que são trabalhadores que merecem respeito por sua história e disposição de luta”, frisou a deputada.

Pauta de reivindicações

A construção da pauta de reivindicações específicas no BRB foi realizada em um seminário com os delegados sindicais e bancários do banco, ainda em agosto. Além de debater a organização da Campanha 2015, os participantes ouviram esclarecimentos sobre a Regius – administradora dos planos de previdência dos bancários do BRB – e discutiram a estratégia de campanha.

Em 17 de agosto, o Sindicato dos Bancários de Brasília, a Contraf-CUT e a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) estiveram em audiência com o presidente do BRB, quando entregaram as pautas de reivindicações referentes à Campanha.

Na ocasião, as entidades sindicais cobraram do BRB um empenho em propiciar uma negociação produtiva, e o banco se comprometeu a valorizar os funcionários durante as negociações – justamente o oposto do que se viu ao longo da Campanha.

Fonte: Seeb Brasília
 


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