O Seminário Estadual Jurídico, promovido pela Fetrafi-RS nesta sexta-feira (12), trouxe pluralidade ao debate sobre as problemáticas atuais que envolvem o tema "Previdência”. No olho do furacão golpista, o sistema previdenciário brasileiro enfrenta uma instabilidade forçada por objetivos políticos que visam a redução da proteção social. Após uma breve análise dos números oficiais da Previdência Pública brasileira, essa constatação vem à tona e justifica a série de ataques em curso no Congresso e no Planalto.

O evento, embora aberto a todos os trabalhadores e entidades de classe do Estado, envolve na maioria dirigentes e delegados sindicais da categoria bancária que lotaram o auditório principal da Fetrafi-RS, em Porto Alegre. Na mesa de abertura, dirigentes sindicais destacaram a importância de discutir com amplitude todas as questões relacionadas à previdência pública e de desmistificar os possíveis ataques ao sistema já encaminhados pelo governo interino de Michel Temer.

"Nós tivemos uma crise econômica profunda, onde mais uma vez a receita para a saída dessa situação é o ataque ao conjunto da classe trabalhadora. Isso vem acontecendo na Europa, na Grécia e em outros países onde se encurtou a previdência e outros benefícios. Tudo feito para preservar o capital financeiro. O que nós vivemos no Brasil nos últimos anos é parte disso que acontece no mundo”, destacou o diretor da Fetrafi-RS, Juberlei Bacelo.

Para o dirigente sindical, aqueles que têm o programa muito claro de atacar direitos dos trabalhadores pregam um verdadeiro retorno à idade média. "Eles querem precarizar as condições de trabalho, estender jornadas ao patamar da China, onde as condições de trabalho beiram a escravidão, com jornadas de até 18h diárias. Por isso falam no ‘custo Brasil’, nos direitos que conquistamos há várias gerações com muita luta”, afirma.

stes ataques, o que gerou a construção de um golpe à democracia. "Por isso que hoje nós nos preparamos. Sabemos que depois de tirar a Dilma, eles querem tirar os nossos direitos. Eles não têm o menor puder em discutir isso publicamente, em falar que o trabalhador com menos de 50 anos só irá se aposentar aos 60 se for mulher ou 65 no caso dos homens e a estimativa chega até 70 anos. Eles não vão parar somente na questão previdenciária. Falam abertamente na necessidade de uma reforma trabalhista, que traz um interesse antigo: validar o negociado sobre o legislado”, analisa Juberlei.

Golpe em curso: direitos em risco

Para os dirigentes sindicais é imprescindível que haja consciência de que o poder econômico – que controla os meios de comunicação – conseguiu enganar boa parte da categoria bancária ao vincular a saída da presidente Dilma, com a possibilidade de um país melhor. "Os bancários já estão se dando conta de que projetos como o da terceirização, patrocinado pelos bancos, voltaram à pauta e em conjunto com outros ataques à previdência e às leis trabalhistas já estão no Congresso Nacional. Por isso que os trabalhadores precisam, conhecer e entender a natureza destes ataques. O objetivo do nosso Seminário é aprofundar o conhecimento sobre o tema, para que possamos fazer a disputa de consciência dos bancários e do conjunto da classe trabalhadora. Temos que sair daqui com mais vontade de mais disposição para mobilizar e resistir”, salientou Juberlei.

Fonte: Comunicação/Fetrafi-RS

 


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