Com o título “Privatização do Banrisul é condição para ajuda ao RS”, o jornal paulista Valor Econômico, em sua edição desta quinta-feira, 26/01, traz matéria que esclarece um pouco mais o encontro a portas fechadas do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, com o governador José Ivo Sartori, em Brasília, na última terça-feira, 24, para tratar da dívida estadual com a União. O texto confirma que foi sim tratada a possibilidade de venda do Banrisul – como o SindBancários e outros setores do estado vem alertando. Na visão privatista, só a venda do banco de todos os gaúchos seria capaz de resolver o chamado “rombo fiscal” do estado, que incluiria um déficit previdenciário de R$ 14,5 bi.

Ainda conforme a matéria, assinada por Claudia Safatle e Fábio Graner, “o tamanho da operação de socorro ao Estado dependerá de o governador José Ivo Sartori vencer a resistência política para a venda do banco, segundo informação de fontes oficiais”. Na verdade, para viabilizar a venda do Bannrisul seria necessário alterar cláusula da Constituição do RS, que exige um plebiscito, com a população aprovando a operação.

“Como se sabe, o governo ilegítimo de Michel Temer vem condicionando a venda de empresas estaduais – mesmo quando são fundamentais para a economia gaúcha, como o Banrisul – para renegociar a dívida estadual”, diz o presidente do SindBancários. “A matéria do jornal deixa isso claro, sabendo-se que o Banrisul é hoje um dos cinco bancos estaduais que sobrevivem no Brasil. Os demais foram entregues de mão beijada para a especulação e a banca privada, sem qualquer compromisso com a população, com os seus funcionários e com as demandas sociais dos estados”, completou Everton Gimenis.

BRDE ameaçado

A reportagem do Valor Econômico confirma que foi oferecida por Sartori ao ministro da Fazenda a possibilidade de privatização do BRDE e da Cesa (Companhia Estadual de Silos e Armazéns). A oferta não teria entusiasmado muito ao governo, pois os valores envolvidos seriam considerados baixos pelo mercado e não resolveriam o montante da dívida estadual.

Além do Banrisul, restam apenas, com caráter estadual, o Banestes (Espírito Santo), BRB (Brasília), Banpará (Pará) e Banese (Sergipe). Nesta manhã, procurado por jornalistas em Porto Alegre, o presidente do Banrisul, Luiz Gonzaga Veras Mota, simplesmente negou-se a falar sobre o tema.

* http://www.valor.com.br/brasil/4848100/privatizacao-do-banrisul-e-condicao-para-ajuda-ao-rs

Fonte: Fetrafi-RS


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