Foi dado um grande passo para a construção de uma campanha nacional contra os ataques e as tentativas de privatizações dos bancos públicos. Reunidos na sede da Contraf-CUT, nesta quinta-feira (9), em São Paulo, os coordenadores das comissões de funcionários de bancos públicos federais, regionais e estaduais definiram que é preciso provocar cada bancário e a sociedade, em defesa das instituições financeiras públicas, com uma ampla mobilização que dialogue com todos.

“O ataque é eminente e a união é fundamental”, disse Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT, na abertura do encontro. “A Contraf-CUT chamou esta reunião porque o momento exige total mobilização. A nossa unidade é o segredo na campanha nacional dos bancários, todos os anos, durante as nossas negociações com os bancos. É com este espírito que queremos construir uma campanha em defesa dos bancos públicos, que dialogue para dentro do local de trabalho e que também fale com a população”, completou.

“Começamos a perceber que não adianta fazer apenas ações isoladas, temos que partir para a disputa da sociedade. Os ataques aos bancos são parecidos, com tentativas de enfraquecer o papel que as instituições desenvolveram nos últimos anos, de fomento social. Não é à toa que querem colocar os bancos regionais nas negociações do governo golpista de Temer sobre as dívidas dos estados”, chamou a atenção Carlos de Souza, secretário-geral da Contraf-CUT.

Para ele, a ação tem de ser focada em três frentes: “Uma frente para dentro das entidades sindicais para convencer a todos que a defesa dos bancos públicos é uma tarefa de todos os dirigentes sindicais. A segunda frente é para dentro das bases desse banco, pois precisamos mobilizar os bancários não só na defesa dos bancos públicos, mas no modelo que queremos e a terceira é a disputa da sociedade, que passa pelo debate com a sociedade civil organizada, as universidades e a pressão sobre os parlamentaremos desde as câmaras municipais, passando pelas assembleias legislativas e chegando em ações tanto na Câmara dos Deputados, como no Senado.”

Os dirigentes sindicais definiram que as campanhas regionais devem continuar com toda força, como as que têm sido feitas, em defesa da Caixa e do Banco do Brasil, mas que a campanha nacional, reunindo os debates sobre os bancos de forma geral, deve começar o quanto antes.

O projeto de comunicação inclui um mote único, que será desenvolvido a partir das sugestões e propostas de cada base, passando pela utilização de material impresso, mídias digitais e recursos audiovisuais.

Os representantes dos trabalhadores também estudam produzir uma cartilha sobre a importância dos bancos públicos e os impactos negativos que já foram gerados por privatizações, com dados de perdas de empregos e de receitas para os municípios e para o país.

Coletivo de Defesa dos Bancos Públicos

Foi criado durante a reunião de hoje o Coletivo de Defesa dos Bancos Públicos, que contará com a participação de um representante dos trabalhadores de cada banco. Uma nova reunião deve ser agendada para os próximos dias.

“Além de definir a campanha de mídia, também pretendemos movimentar o calendário, com dias nacionais de luta e ações em Brasília, com pressão sobre o Congresso Nacional e parlamentares. A Contraf-CUT já tem grande participação na Campanha Se é Público é Para Todos, do comitê em defesa das empresas públicas e vamos continuar. Mas agora criando mais uma ferramenta de luta, com uma campanha que amplie o debate sobre os bancos públicos”, explicou Carlos de Souza.

Ampla participação                                                                    

A primeira reunião contou com coordenadores de comissões de funcionários de vários bancos, que também deram informações sobre as ameaças de desmonte das empresas públicas em cada estado.

Participaram da reunião: Dionísio Reis (CEECaixa); Vagner Nascimento (Comissão Funcionários do BB); Lizandre Borges (Seeb ES/Banestes); Sérgio Trindade (Seeb PA / Basa); Odinéia Gonçalves (Seeb PA / Banpará); Edson Moreira ( Seeb SE / Banese); João Luiz Fukunaga (Seeb SP / Banco do Brasil); Marcel Barros (Previ); Ernesto Izume (Contraf-CUT / Banco do Brasil); Gustavo Tabatinga (Contraf-CUT / BNB) ; José Eduardo Andrade (AFBNDES); José Sasseron (Contraf-CUT / Banco do Brasil); Marco Aurélio Silvano (Seeb Florianópolis/ Banco do Brasil); Luciano Barcellos (Seen Porto Alegre/ Banrisul).

Fonte: Contraf-CUT


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