Encontro será na quarta-feira, a partir das 17h, na Casa dos Bancários, para debater o processo de desmonte do banco e a política entreguista do governador Eduardo Leite

Os Banrisulenses têm um compromisso com a defesa do banco público que ajuda o Estado a superar crises e a investir na qualidade de vida dos gaúchos. Na quarta-feira, 3 de julho, o Sindicato irá sediar a Plenária da Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público. O evento tem como pauta a Conjuntura estadual e o processo de desmonte do banco. A plenária terá a participação do coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público, o deputado estadual Zé Nunes (PT-RS).
A plenária ocorre ante um contexto de fragilização do Banrisul público. O governador Eduardo Leite, embora tenha feito promessas de manter o Banrisul público, empurra o banco dos gaúchos cada vez mais para o abismo da privatização. A mais recente ameaça se configurou na publicação de fato-relevante com promessa ao mercado de vender as ações com direito a voto, as ordinárias, até o limite da manutenção do Estado como acionista majoritário.

Na prática, o governador quer captar cerca de R$ 2,3 bilhões com a venda de 50% das ações com direito a voto menos uma. Vai pendurar o patrimônio público dos gaúchos numa ação ordinária.
Promessas de campanha
Leite também tem marcado sua relação com as empresas públicas com um discurso que contraria seus compromissos de campanha eleitoral. Uma das quebras de palavra do governador diz respeito às críticas que fez ao seu antecessor, José Ivo Sartori. Ele disse que era um crime aplicar os recursos da venda de ativos públicos no custeio, como pagamento de salários de servidores públicos) em vez de em investimentos. Leite já admite pagar dívidas com ativos públicos. Quer dizer, vai fazer o mesmo “crime”.

O outro compromisso quebrado só pode ser definido num contexto de sofisticação do discurso. Leite costuma dizer algo sem afirmar claramente, chegando ao limite do limite do que disse e do que não disse. Na campanha eleitoral, ele disse que debateria a venda do setor energético do Estado (CEEE, CRM e Sulgás) na Assembleia Legislativa.

No segundo mês de seu governo, apresentou Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que extingue a obrigação do artigo 22 da Constituição Estadual de realizar plebiscito para decidir sobre a venda de empresas públicas. Já há autorização da Assembleia Legislativa para torrar os ativos públicos do setor elétrico gaúcho. Quer dizer, debate mesmo o governador não fez. Impôs uma pauta parlamentar para acionar a política de sua ideologia que combina austeridade e entrega do patrimônio público.
O boi e a boiada
O presidente do SindBancários, Everton Gimenis, chegou a dizer que o Banrisul está em risco de ser vendido. Desde 2015, quando o governador José Ivo Sartori assumiu, já foram realizados três pregões de vendas de ações na B3. Dois em abril de 2018, que estão sendo investigados por instituições como a Polícia Federal e o Ministério Público do Estado, e um em abril passado já no governo Leite.

“Os últimos dois governadores não deram trégua ao Banrisul quase em nenhum dia dos últimos cinco anos. O Sartori mandou fechar agências, fez PDVs e passou atacando a imagem do Banrisul como um banco ineficiente e que por isso deveria ser vendido. O atual governador botou na presidência um homem do mercado, que vem de uma empresa especialista em vender ativos públicos. Quem acredita no governador Leite quando ele diz que não vai privatizar o Banrisul”, questiona Gimenis.

O presidente do SindBancários diz que a hora é da resistência e chama os colegas do Banrisul a participar da plenária e do Encontro Estadual dos Bancários, no sábado, 6/7, na sede da Fetrafi-RS em Porto Alegre, a partir das 9h. O tempo é de defender o Banrisul e de lutar para que ele permaneça público e defendendo os interesses de todos os gaúchos e gaúchas e não de meia dúzia.

Fonte: Imprensa SindBancários


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