Texto continua a atracar os direitos da classe trabalhadora e a privilegiar algumas minorias

O relatório do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) sobre a reforma da Previdência, apresentada ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), na terça-feira (27), continua a preservar alguns privilegiados. Esta é a opinião da Subseção do Departamento Intersindical Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Em nota, o Dieese afirma que o texto continua a ignorar diferenças regionais e sociais, ao manter a idade mínima, além de não modificar as regras de transição, de prazo curto e que já rebaixam os valores das aposentadorias. “Não modificou a regra de cálculo do salário benefício proposta pela Câmara, o que representará uma queda significativa no valor médio para aqueles que ganham acima do salário mínimo e que se aposentarem após a reforma. Não criou qualquer regra de transição para as pensões. Ignora que a Previdência é a maior fonte de despesa, mas também de receita, além disso, ignora que a mesma faz parte da seguridade social, não é algo isolado, inclusive mantendo a separação contábil da saúde, previdência e assistência social.”

O relator sugeriu algumas supressões de dispositivos da proposta que veio da Câmara, principalmente em relação às aposentadorias rurais e ao Benefício da Prestação Continuada (BPC). Mudanças como a inclusão dos estados e municípios na reforma e a sugestão de duas novas fontes de recursos para a Previdência Social serão discutidas num texto independente, a chamada “PEC paralela”, que começa na página 53.

Para o Dieese, as supressões são, na verdade, uma manobra para dar mais celeridade à Reforma. Pois, com a inclusão de pontos por meio de PEC paralela, o texto não precisa voltar a tramitar na Câmara.

Se houver acordo entre os líderes, a leitura do relatório na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) deverá ocorrer na quarta-feira (28), ou no mais tardar, 48 horas depois, na sexta-feira (30). A expectativa é de que a votação do relatório na CCJ ocorra no dia 4 de setembro.

As principais supressões do relatório apresentado nesta terça-feira foram:

Os temas que entrariam pela “PEC paralela” proposta pelo senador seriam:

Fonte: Contraf-CUT


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