O Metrô paulistano pode parar na próxima quarta-feira (24), alerta o Sindicato dos Metroviários de São Paulo. A greve, que estava marcada para o dia 4 e foi adiada por conta de pressões do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), tem como reivindicação principal a distribuição mais justa da PR (Participação nos Resultados), já que o sistema atual privilegiaria funcionários de altos cargos em detrimento do restante da categoria.



Em carta aberta, o sindicato denuncia a “política elitista” de distribuição dos lucros, por meio da qual um assessor da presidência do Metrô (cujo salário é superior a R$ 20 mil) recebe uma PR quatro vezes maior do que a adquirida por um funcionário cuja renda é de R$ 1.225,51 ao mês. “O governo do estado é elitista, governa para as classes altas. Essa política é o rebatimento da política do governo na esfera do metrô”, denuncia Sérgio Renato da Silva Magalhães, vice-presidente do Sindicato dos Metroviários.



Outra reivindicação é a jornada de trabalho de 36 horas semanais para os funcionários de turno ininterrupto. Segundo o sindicato, os funcionários do Metrô trabalham um número muito maior de horas, contrariando, assim a Constituição, que institui o limite reivindicado. A categoria também exige equiparações salariais.



A proposta de liberação das catracas no dia da greve é duramente rechaçada nas negociações pelo governo estadual e o próprio Metrô, que alegam impossibilidade administrativa. No entanto, em casos de obras e eventuais contratempos, o governo coloca ônibus gratuitos que fazem os mesmos trajetos das linhas de metrô interrompidas temporariamente. 



“Isso é um contrassenso. Colocam mais ônibus nas ruas, provocando muito mais trânsito, mas proíbem a catraca livre. Passagem de ônibus de graça pode, de metrô, não”, critica Sérgio. O Metrô afirmou que apresentaria uma proposta ao sindicato nesta sexta-feira (19), mas não o havia feito até o fechamento desta nota, às 17 horas.

Fonte: Carta Maior.


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