“O Fórum Social Palestina Livre (FSPL) será uma manifestação que fará ecoar pelo planeta a afirmação da defesa da soberania e da independência do povo palestino frente à política de terrorismo de Estado praticada pelo governo de Israel. Expressará a determinação dos povos de varrer com a opressão do colonialismo, do racismo e do neoliberalismo e de construir um mundo novo, promovendo a justiça, a igualdade e a soberania dos povos”.

Com esta determinação, dirigentes da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) se reuniram na tarde desta quinta-feira (25), na Federação dos Bancários de São Paulo (Fetec) para ultimar os preparativos do evento, que será realizado em Porto Alegre-RS, nesta quarta, dia 28 de novembro a 1º de dezembro.

Integrada pelas principais entidades populares do país, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) e União Nacional dos Estudantes (UNE), a CMS está empenhada em organizar caravanas de todo o país rumo à capital gaúcha, viabilizando transporte e alojamentos solidários para garantir a “plena e massiva expressão da solidariedade”.

Limpeza Étnica – Na mesma data do evento – 28 de novembro, quando os palestinos relembram a Nakba (catástrofe), política de expulsão e extermínio implementada por Israel a partir de 1948 -, os chefes de governos do mundo estarão debatendo o ingresso da Palestina como Estado observador da Organização das Nações Unidas (ONU). “Será uma excelente oportunidade para fazer chegar até a entidade as vozes dos povos do mundo, que se levantam em solidariedade ao povo palestino contra a opressão e a barbárie, contra os desmandos a que vem sendo submetido pela política segregacionista, de apartheid, ditada pelo Estado de Israel”, destacou Rosane Bertotti, da direção da CMS e da CUT Nacional.

Como lembrou o secretário geral da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), Emir Mourad, a ONU já emitiu mais de 200 declarações em que coloca Israel à margem do direito internacional, em função dos sucessivos crimes e violações que têm praticado contra o povo palestino. “A partir de 1948 foram expulsos por Israel mais de 700 mil palestinos, 60% da população de então. Hoje já são mais de cinco milhões de refugiados palestinos cadastrados pela ONU, famílias espalhadas pelo mundo”, lembrou Emir, frisando que “a origem do atual problema não está na Bíblia nem no Alcorão, mas na Declaração Universal dos Direitos Humanos, totalmente desrespeitada pelos sionistas”.

Cão de guarda do Império – O dirigente da Fepal mostrou como o Estado de Israel evoluiu como um câncer, indo muito além do plano para a repartição da Palestina histórica aprovado pela ONU. “Temos hoje a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, um verdadeiro queijo suíço, com todas as cidades cercadas por colônias israelenses. Os sionistas querem nos entregar apenas 12% do nosso território”, denunciou. Emir Mourad alerta que o Estado sionista vem sendo, cada vez mais, “um guardião dos interesses estadunidenses no Oriente Médio, região estratégica pela sua abundante riqueza petrolífera”.

Conforme Sonia Coelho, da Marcha Mundial das Mulheres, a organização feminista pretende levar ao Fórum mais de 300 lideranças de todo o país. “Temos um compromisso histórico com a causa palestina, com a luta pela libertação”, explicou Soninha.

A luta do povo palestino está intimamente ligada às ações desenvolvidas pelo movimento de moradia pela liberdade de expressão, pela conquista de seu próprio território, por autonomia, para assegurar direitos. Por isso estaremos presentes com uma expressiva delegação”, reforçou Maria José Lia, da Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam).

Popularização do tema – Dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em educação (CNTE), Selene Michelin acredita que a popularização do debate sobre a questão palestina é essencial para o êxito do Fórum, cabendo às entidades populares atuarem de forma coordenada para dar maior visibilidade ao tema nesta reta final. “Do ponto de vista da CNTE vamos envolver nossas Federações e Sindicatos para amplificar a convocação e garantir uma boa participação”, frisou.

Já estão inscritas no evento 200 organizações e mais de 160 atividades, que incluem debates com a presença de autoridades, dirigentes partidários e militantes dos movimentos sociais palestinos, lançamento de livros, apresentação de filmes e documentários.

Entre outras autoridades, foram confirmadas as participações do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, da presidenta Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, que tem reafirmado a defesa do direito do povo palestino ao seu próprio território, livre da opressão.

Saiba mais sobre o Fórum na página oficial do evento: http://wsfpalestine.net/pt-br

Fonte: CUT.

 


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