O Banco do Brasil teve lucro líquido ajustado de R$ 8,347 bilhões nos primeiros nove meses de 2012, queda de 4,3% em relação ao mesmo período de 2011. No entanto, quando se leva em consideração apenas o resultado do trimestre, que foi de R$ 2,657 bilhões, houve crescimento de 3,3% em relação ao terceiro trimestre do ano passado. O balanço do banco foi divulgado nesta quinta-feira 8.

A instituição comemorou o crescimento da carteira de crédito tanto para pessoa física quanto jurídica, e atribuiu o fato à queda das taxas de juros com o programa Bom Pra Todos, lançado em abril. O ritmo das contratações, por outro lado, não acompanhou a aumento da demanda.

A carteira de crédito ampliada atingiu R$ 532,3 bilhões em setembro, expansão de 20,5% em doze meses e de 4,7% em relação ao observado em junho. Em nota à imprensa, o banco diz ter encerrado setembro mais uma vez como líder do Sistema Financeiro Nacional com 19,6% de participação de mercado em crédito, contra 19,3% em setembro de 2011.

O número de agências passou de 5.138 em setembro de 2011 para 5.339 em setembro deste ano, um aumento de 201 unidades. Também houve aumento no número de funcionários, mas pequeno. O quadro (de funcionários) passou de 113.594 em setembro de 2011 para 114.480 em setembro último. O aumento representou apenas 0,7%, um número bastante pequeno se comparado aos 20,5% de crescimento na carteira de crédito. As contratações não estão seguindo o ritmo do aumento do crédito na instituição. Além disso, condições de saúde dos funcionários e de trabalho na empresa são cada vez piores – a pressão pelas metas faz aumentar o número de doenças psicológicas, consumo de remédios, índices de problemas mentais e estresse.

Crédito – O crédito PF teve aumento de 14,2% em um ano. Esse segmento teve crescimento menor devido à redução de financiamentos de veículos pelo Banco Votorantim – do qual o BB detém 49% das ações. Em compensação, a carteira PF teve desempenho melhor no crédito imobiliário (alta de 69,3%), no consignado (crescimento de 16,4%) e no cartão de crédito (elevação de 16,3%). Já a carteira PJ cresceu 21,2%. A carteira de agronegócio teve alta de 17,6% – o BB tem 62,7% de participação de mercado neste segmento de crédito – e a carteira de crédito no exterior atingiu R$ 41,464 bilhões, crescimento de 36,4% em relação a setembro de 2011.

Queda – Em parte, a queda de 4,3% do lucro do BB – quando comparado o resultado dos noves meses de 2012 com o mesmo período de 2011 – pode ser explicada pelo resultado das aplicações compulsórias, pelo aumento do PDD e por um item do balanço chamado “outras despesas administrativas”. Além disso, o impacto da Previ no resultado do banco caiu 56,4% este ano em comparação com os nove primeiros meses de 2011, o que se deu principalmente pela queda no resultado esperado sobre ativos do plano.

As aplicações compulsórias chegaram a R$ 4,8 bi em setembro, ante os R$ 5,3 bi do ano passado, ou seja, queda de 9,4%. Isso porque essas aplicações são remuneradas pela Selic, que vem caindo desde o ano passado, e porque a taxa de compulsório também vem caindo.

O PDD
– provisionamento para devedores duvidosos – aumentou 23,3% no acumulado do ano e 2,4% ante o segundo trimestre deste ano. O aumento do PDD – que entra como despesa no balanço, diminuindo o lucro – não se justifica quando confrontado ao índice de inadimplência acima de 90 dias da instituição financeira, que permaneceu praticamente estável em 2,17%, abaixo do apresentado pelo Sistema Financeiro Nacional, que chegou a 3,77% no mesmo período.

Sob o item “outras despesas administrativas”, o BB computou a incorporação do Banco da Patagônia, do Banco Postal e do grupo segurador Mapfre.

Fonte: Seeb SP com edição da Assessoria de Comunicação Bancax.

 


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