Em negociação ocorrida na tarde da última terça-feira (13) com a Contraf-CUT, federações e sindicatos dos bancários, em Brasília, o Banco do Brasil se comprometeu, através da Diretoria de Apoio aos Negócios e Operações (Dinop), a dialogar com sindicatos e federações nos estados onde haverá mudanças no processo em curso de reestruturação do Centro de Suporte Operacional (CSO) e do Centro de Suporte e Logística (CSL).

"A experiência tem nos mostrado que onde as entidades sindicais acompanham, opinam e interferem nos processos, os bancários sofrem menos problemas e as garantias são maiores aos trabalhadores", afirmou William Mendes, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco. Sindicalistas reivindicam que o banco contate os dirigentes/sindicatos a respeito das mudanças.

A Dinop informou às entidades sindicais que nenhum prefixo será fechado. Durante o processo de mudança, haverá um aumento de unidades pelo país. Serão 17 regionais e 12 centros localizados em diversas unidades da federação em que o foco da reestruturação é qualificar os processos e as pessoas envolvidas. Segundo o banco, algumas unidades ganham serviços e outras perdem, mas todas terão processos específicos a realizar.

Outra informação fornecida pela Dinop é de que a reestruturação não é baseada em cortes orçamentários e, por isso, o processo não será realizado de forma rápida, podendo se estender por uns dois anos. As entidades reivindicaram mais transparência nos processos de reestruturação, além de  que os trabalhadores, através de suas entidades, saibam com antecedência de tais mudanças que sempre afetam a rotina e estrutura de vida dos envolvidos.

Liberação para reuniões dos conselheiros da Cassi na ativa – A Contraf-CUT e a diretora eleita para Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes da Cassi, Mirian Fochi, protocolaram um ofício ao BB, reivindicando a liberação dos conselheiros dos Conselhos de Usuários da Cassi de todas as unidades do país, que estão lotados em agências e departamentos, para as reuniões mensais dos conselhos. Clique aqui para ler a carta entregue ao BB.

Relação com BB piorou na atual gestão da Dipes

William apontou diversos problemas de assédio moral e discriminação por parte do BB aos funcionários que fizeram a greve e conquistaram os direitos para a categoria na Campanha Nacional dos Bancários 2012. O banco ultrapassou todos os limites da razoabilidade na perseguição dos grevistas neste ano. "É o pior assédio nos últimos anos sobre compensação das horas da greve", denunciou o dirigente sindical.

A Contraf-CUT e as entidades sindicais já estão tomando todas as medidas cabíveis para defender os trabalhadores. A Confederação fez inclusive representação ao Ministério Público do Trabalho (MPT).

As entidades sindicais cobraram também o banco sobre vários problemas causados nos últimos meses a partir da Dipes, como a suspensão das posses de concursados prejudicando cidadãos que já estavam em fase de qualificação para assumir no banco e a supressão unilateral da verba de aprimoramento apresentada como proposta aos bancários em 2011 (R$ 215).

Programa de Aprimoramento dos Funcionários (PAF)

Após a apresentação do banco do novo programa implantado no último dia 7, as entidades sindicais deixaram bem claro que o banco suprimiu o direito que os bancários tiveram até 2011.

"Ele nada mais é do que um novo programa de treinamento da empresa. Dessa maneira, deveria ser feito dentro do horário de trabalho e pontuado no TAO", disse William. "O programa tem suas qualidades, mas não tem nenhuma relação com o direito suprimido da verba de aprimoramento que havia antes. O banco economiza R$ 14 milhões por ano e muda completamente a característica do programa. Novamente o BB faz tudo unilateralmente sem ouvir os trabalhadores", protestou o dirigente sindical.

Os dirigentes sindicais também cobraram respostas do banco para outras demandas dos funcionários.

Jornada de 6 horas

Entidades sindicais também cobraram que o banco se reúna com as representações dos trabalhadores para debater o novo plano de funções comissionadas de 6 horas antes da implantação até janeiro de 2013.

Posse dos novos funcionários

Após dar o exemplo da agência de Altamira, no Pará, onde falta funcionário na dotação e ampliação de vagas, e da necessidade de contratação de mais bancários em diversas regiões do país, foi cobrado que o banco acelere a chamada e posse de novos concursados.

Represente dos funcionários no Conselho de Administração do BB

A Contraf-CUT cobrou do banco uma mesa de negociação para definir o processo de eleição do representante dos funcionários e estabelecer calendário do processo eleitoral, atendendo à legislação em vigor.

Segurança bancária

As entidades sindicais denunciaram o processo de redução de vigilantes nas dependências do BB. William lembrou ao banco que tal fato é muito ruim, haja vista que a Contraf-CUT e a Fenaban estão discutindo a implantação de um projeto-piloto de segurança bancária. O BB ficou de verificar a situação.

"Atos de gestão"

As entidades sindicais criticaram o banco e cobraram o fim dos descomissionamentos por "atos de gestão". Os bancários conquistaram o direito às três avaliações no acordo coletivo e o banco tem criado subterfúgios para prejudicar e perseguir os funcionários. Os sindicatos seguirão defendendo os trabalhadores tanto com ações sindicais quanto com demandas judiciais.

PLR 2012

A Contraf-CUT pediu ao banco que responda o ofício enviado pela entidade há algumas semanas, cobrando esclarecimentos sobre o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) do primeiro semestre de 2012, principalmente em relação ao Módulo Bônus.

"As entidades querem verificar se a abrangência do pagamento respeitou a série histórica dos últimos semestres, conforme consta no acordo", ressaltou William.

O BB prometeu encaminhar uma resposta prestando os esclarecimentos solicitados.

Fonte: Contraf-CUT com edição da Assessoria de Comunicação Bancax.

 


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