A quarta-feira, 20 de fevereiro, ficará marcado como um dia em que empregados do Banco do Brasil protestaram contra absurdos em todo o país. Além de o maior banco público do país, e um dos maiores do mundo, discriminar clientes que ganham menos de R$ 2 mil, exigir metas abusivas e pressionar para que bancários enrolem clientes e embutam seguros nas operações dos usuários, o Dia Nacional de Luta serviu para mostrar que há muito mais do que um “banco para todos” que a propaganda insiste em mostrar. O BB explora seus funcionários e agora impõe um novo plano de funções para reduzir salários em nome do cumprimento de uma lei: a jornada legal de 6h deve ser cumprida e não usada como pretexto para aumentar a pressão por metas abusivas e para reduzir salários.

A denúncia de que o Banco do Brasil descumpriria a Convenção Coletiva de Trabalho começou a circular no início de janeiro. O golpe se materializou seis dias antes de 31 de janeiro, prazo acordado entre trabalhadores e a direção para que fosse negociado um novo plano de funções que adequasse os cargos ao cumprimento das 6h legais de trabalho. No mesmo dia em que apresentou o projeto que previa a redução sumária de salários, o descomissionamento de quem não aderisse, o banco fez circular uma norma interna dando prazo de uma semana para a adesão.

As entidades sindicais em todo o país exigem que o BB volte à mesa de negociação e cumpra o Contrato Coletivo de Trabalho. “Um banco do tamanho do Banco do Brasil não pode diminuir o seu tamanho e se rebaixar a ponto de não cumprir com sua palavra”, acrescentou o presidente do SindBancários, Mauro Salles.

O cumprimento da palavra, a manutenção dos direitos adquiridos pelo trabalhador e não redução dos salários demonstram que o BB perdeu o rumo em termos de sua função social. “O Banco do Brasil deve cumprir sua missão social que é fazer investimento em projetos que façam o país se desenvolver economicamente e que melhorem as condições de vida das pessoas que mais necessitam de proteção social pública. Mas isso o banco não faz. Prefere atender os acionistas minoritários que só reclamam que as ações não podem parar de subir de preço. Essa política mesquinha é a mesma que faz com que usuários com renda inferior a R$ 2 mil sejam barrados nas agências e obrigados a usar os caixas eletrônicos”, disse o diretor do SindBancários e empregado do Banco do Brasil, Julio Vivian.

O plano de funções autoritário e sem discussões com os trabalhadores é ilustrativo da posição de desrespeito aos bancários. O BB atua como um banco privatista ao pressionar os trabalhadores a embutir nas operações bancários com os clientes, seguros e outros produtos que viram metas abusivas. “A direção do banco apresentou esse plano de funções como se fosse a melhor coisa do mundo e faz chantagem. Quem aderir vai ter redução salarial e quem não aderir vai ficar com a carreira congelada e vai perder benefícios”, avalia o diretor da Fetrafi-RS e empregado do Banco do Brasil, Mauro Cardenas, o Maurão.

O Sindicato dos Bancários de Caxias do Sul percorreu as agências do BB na cidade e distribui o material organizado e sintetizado pela Contraf. Para acessar o material, clique AQUI.

Fonte: SindiBancários com edição da Assessoria de Comunicação Bancax.

 


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