A Caixa Econômica Federal fechou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 1,3 bilhão, crescimento de 12,5% ante um ano antes, em meio à contínuo expansão do crédito em ritmo muito superior ao dos bancos rivais. No fim de março, o estoque de financiamentos banco estatal somava R$ 390,6 bilhões, 43% maior que o do mesmo período de 2012. Itaú Unibanco, Bradesco e Santander Brasil tiveram expansão de 8,4%, 11,6% e de 6,2%, respectivamente, na mesma comparação.

"O resultado apresentado pela Caixa indica que o excelente desempenho está vinculado ao trabalho de seus empregados, que enfrentam a precarização das condições de trabalho. Infelizmente, a expansão da rede de atendimento se dá com péssimas condições de trabalho. Em todo país, novas agências são inauguradas com cinco ou seis empregados, situação que sobrecarrega os trabalhadores e não qualifica o atendimento à população”, informa o diretor do SindBancários, Tiago Vasconcellos.

O dirigente acrescenta que a imposição de metas abusivas também é fator determinante deste desempenho, que leva os trabalhadores ao adoecimento. “Lutamos pela manutenção da Caixa como banco estatal e público, voltado para o desenvolvimento do Brasil e para a melhoria da condição de vida dos brasileiros. A empresa deve manter-se como a principal instituição financeira responsável pela transferência dos recursos destinados às políticas públicas e a geração de renda”, afirma Vasconcellos, também empregado da Caixa.
Para ele, o bolo, ou seja, o lucro deve ser dividido também com os empregados, com reajuste salarial justo, melhoria da PLR, ou por meio de melhores benefícios.

A diferença de ritmo entre os bancos deve diminuir nos próximos meses, à medida que as instituições privadas acompanhem a aceleração da economia. A carteira de habitação, a principal da Caixa, chegou a R$ 220,2 bilhões no fim do trimestre, avançando 33,8% no comparativo anual. Já a carteira comercial avançou 55%, a R$ 133,6 bilhões, enquanto a de infraestrutura subiu 47%, a R$ 26 bilhões.

De janeiro a março, o banco concedeu uma média diária de cerca de um bilhão de reais em empréstimos, quase o dobro da média de igual período de 2012. Isso representou 30% de que tudo o que foi concedido pelo sistema bancário no período, disse Percival.

O aumento do crédito, contudo, veio acompanhado do aumento da inadimplência do banco, medido pelo saldo de operações vencidas superior a 90 dias, que subiu pelo quarto trimestre consecutivo, para 2,3%. Um ano antes, essa taxa era de 2,07%.

Captação e ativos

Até junho, o banco pretende concluir uma captação no mercado internacional de US$ 2,5 bilhões, incluindo bônus perpétuos, disse. No fim de março, o total de ativos da Caixa era de R$ 731 bilhões, alta de 30,9% em doze meses.

Fonte: SindBancários/Reuters News

 

 

 

 


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