O Encontro Nacional dos Funcionários do HSBC começa nesta quarta-feira (15), em Curitiba, e vai até sexta-feira (17). A data foi definida pela Contraf-CUT e o evento será organizado com o apoio do Sindicato dos Bancários de Curitiba e da Fetec-CUT do Paraná. O encontro deverá contar com a participação de cerca de 100 trabalhadores do banco inglês de todo país.

Segundo o secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Miguel Pereira, o encontro será feito em um momento muito importante da conjuntura, em que o banco vem anunciando mudanças, e todas elas com prejuízo aos trabalhadores, seja no Brasil, seja na América Latina e em todo o mundo, dentre elas a eliminação de milhares de empregos.

Os debates serão divididos nos seguintes temas: 1)emprego, 2)saúde e condições de trabalho, 3)remuneração, 4)plano de saúde e previdência complementar, 5)organização e comunicação, 6)plano de ação sindical.

"Vamos também colocar em discussão novas reivindicações e a formalização de um aditivo junto ao HSBC para garantir nossos direitos", adianta Alan Patrício, funcionário do HSBC e secretário de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT.

"Nosso objetivo é construir a nossa pauta de reivindicações específicas, visando fortalecer a organização dos trabalhadores do HSBC, socializar informações, traçar estratégias, definir o nosso plano de ação e intensificar as nossas lutas específicas para arrancar novas conquistas", destaca Alan.

"Este é o momento ideal para os funcionários se organizarem não só para resistir contra a redução de custos que vem sendo implementada pelo banco inglês em todo o mundo e que afetam nosso dia a dia, mas também para manter e avançar em novas conquistas", conclui Miguel.

Confira a delegação que vai participar do Encontro Nacional dos Funcionários do HSBC
– Lúcio Mauro Paz Barros – Porto Alegre
– Jacqueline Rodrigues Cordeiro – Passo Fundo
– José Luiz Machado de Andrade – Alegrete
– Josias Bauer – Guaporé

1 – Emprego/Demissões:

No RS não há um número significativo de demissões que caracterize demissões em massa, nada além da média normal de cada ano. No sistema de rescisões da FETRAFI/RS se constatou que de janeiro de 2012 a março de 2013 houve 51 demissões sem justa causa em todo o Estado. Todavia, o quadro de funcionários é reduzido, o que acarreta um acúmulo de funções e doenças ocupacionais. As poucas contratações são de profissionais do mercado, com salários superiores, gerando distorções maléficas para o conjunto do funcionalismo. Há uma preocupação com a função dos “tesoureiros” em face da “tesouraria virtual”, instalada na bateria de caixas. É preciso ficar vigilante.

2 – Saúde:

2.1 – Plano de Saúde: Com a reformulação unilateral pelo banco que resolveu não cobrar mais a contribuição dos empregados, mas elevando o percentual da co-participação em consultas, exames e internações, os bancários estão inseguros sem orientações concretas sobre o que pagam, etc. Os extratos de débitos precisam ser publicizados antes dos lançamentos em conta corrente.
O Movimento Sindical não deve se conformar com estas alterações no plano e buscar saídas jurídicas e de mobilização denunciando e exigindo transparência no Plano de Saúde.
Em relação aos aposentados, precisamos de um parecer jurídico sobre a possibilidade de interrupção da prescricionalidade dos 10 anos exigíveis para levar o plano após a aposentadoria.

2.2 – Plano Odontológico: É preocupante o número de descredenciamento dos dentistas nos convênios com a Interodonto ou Odontoprev, inclusive durante o tratamento. Aqueles que ainda permanecem credenciados estão cobrando diferenças para a realização de procedimentos. Tais profissionais alegam que seus honorários são baixos e que demoram para recebê-los. É preciso urgentemente rever os contratos com estas operadoras.

2.3 – Vacina Contra Gripe: É importante a Campanha de Vacinação dentro do HSBC, mas os dependentes dos funcionários deveriam estar contemplados. A lógica é a mesma dos planos de saúde e odontológico, qual seja, a saúde familiar do funcionário. Um exemplo é o Banco Bradesco, onde não apenas os funcionários são vacinados, mas também os seus dependentes, e em clínicas conveniadas, sem nenhum custo.

3 – Condições de Trabalho:

3.1 – Horas Extras: É preciso que a política de proibição de horas extras seja revista, pois não se pode vencer todas as demandas durante a jornada regular de trabalho. Entretanto, também não se pode admitir uma carga excessiva na jornada. É preciso um equilíbrio.

3.2 – Metas: As metas abusivas precisam ser combatidas e não se pode admitir que na diminuição do quadro, além do trabalho, as metas dos desligados ou afastados sejam redistribuídas aos que permanecem na ativa. Igualmente, não se pode estabelecer meta para o pessoal de backoffice.

3.3 – Treinamento: Os treinamentos virtuais não são eficazes. É preciso investir na qualificação do funcionalismo com cursos presenciais, durante o horário de trabalho e com todas as condições materiais. Os cursos preparatórios às certificações (CPA 10, CPA 20, etc.) devem ser custeados pelo banco.

3.4 – Canais de Relacionamento: Os canais internos de sugestões, críticas, blog do Presidente, etc., não estão sendo eficazes. Quando os funcionários acessam esses canais há muita demora no retorno, e quando há.

4 – Previdência Complementar:

O Banco se comprometeu em abrir a possibilidade aos empregados do HSBC que recebem até R$ 3.500,00 de aderir ao Plano de Previdência Complementar instituído pelo banco aos que recebem acima deste teto. Para tanto é necessário que se dê publicidade sobre os procedimentos, condições e prazos. Não obstante, é necessário que a COE apresente uma proposta de previdência elaborada pelos trabalhadores, com a assessoria do DIEESE.

5 – Remuneração:

É imperiosa uma campanha para valorização dos funcionários do HSBC. O banco inglês, que busca novamente ser a melhor empresa para se trabalhar, precisa remunerar melhor os seus trabalhadores. Os salários são os mais baixos, dificultando a qualificação de seus quadros e a carreira. É preciso implementar um Plano de Cargos e Salários para corrigir distorções. Precisamos combater as metas abusivas, bem como as metas destinadas ao backoffice. De outra banda, a estratégia mercadológica do HSBC não tem ajudado, os produtos não são atrativos. O “TC”, por exemplo, é considerado o pior do mercado em relação ao próprio prazo de capitalização. A não compensação da PPR na PLR precisa ser permanente.


6 – Organização do Movimento (COE):

6.1 – Jornal Análise: É indubitável a importância do jornal “Análise” com questões de interesse geral dos empregados do HSBC e extraordinariamente quando de campanhas e mobilizações previstas. Entretanto é necessário que sua periodicidade seja constante. A proposta é de mantê-lo bimestral, sendo disponibilizado eletronicamente aos sindicatos, para que estes imprimam e distribuam aos bancários.

6.2 – Vida Funcional dos Dirigentes: Os dirigentes sindicais que gozam da frequência livre têm encontrado um conjunto de dificuldades sobre a sua vida funcional. Por exemplo: programação de férias, recebimento de holerites e outros documentos. As senhas de acesso à intranet (dos dirigentes sindicais) deveriam ser permanentes ou terem uma vigência superior. Os holerites deveriam estar disponibilizados no internet banking, a exemplo do demonstrativo de IR.

Contraf-CUT com edição da Fetrafi-RS

 


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