Há várias formas de medir a situação de um setor da economia. Lucro, faturamento, vendas ou exportação são algumas das métricas usadas pelos economistas. Mas os números do Banco Central Europeu mostram outra maneira para tentar compreender o drama da crise financeira no velho continente: em quatro anos, foram fechadas quase 20 mil agências bancárias e 222 mil pessoas foram demitidas no setor.

As ruas das cidades europeias são testemunha da crise. Entre 2008 e 2012, foram fechadas 19.931 agências bancárias na União Europeia. Ainda que a indústria passe por uma revolução tecnológica – o que reduz a importância dos pontos de atendimento, parte importante desse movimento aconteceu como reação à situação econômica. Em meio a problemas há mais de cinco anos, muitas instituições decidiram diminuir de tamanho para tentar sair mais rápido da crise e, para isso, têm cortado na própria carne.

Dessa maneira, o velho continente perdeu em quatro anos quase o total de agências bancárias existentes no Brasil, onde atualmente há 22 mil pontos de atendimento.

Segundo o BCE, a União Europeia contava com 217.716 pontos de atendimento bancário no fim de 2012. Isso quer dizer que quase um a cada dez locais que existiam em 2008 foi fechado nos quatro anos seguintes. A Espanha liderou o processo. Ao todo, foram fechadas 7,9 mil agências no território espanhol, o equivalente a 17% da rede de atendimento. Na Grécia, o corte foi de 11%.

No mesmo período, o Brasil foi em direção contrária e os bancos cresceram. Em tempos de expansão da economia e ascensão social, o País ganhou 3 mil agências entre 2008 e 2012, segundo dados do Banco Central.

Mais que fechar agências, a crise enterrou postos de trabalho. Em quatro anos, foram 222.267 demitidos no setor, segundo o BCE. Quase 20% das demissões aconteceram na Espanha, onde 42 mil pessoas foram dispensadas. Sindicatos dizem, porém, que os números reais são maiores porque o dado não contabilizaria terceirizados ou vagas em algumas subsidiárias, como os bancos de investimento.

No Reino Unido, cálculos não oficiais afirmam que, juntos, os quatro maiores bancos britânicos – HSBC, Barclays, Lloyds Bank e RBS – devem acumular 189 mil demissões entre 2008 e o fim de 2013.

Fonte: UOL/economia



Compartilhe este conteúdo: