Em negociação ocorrida com entidades sindicais na sexta-feira (8) em São Paulo, os bancários cobraram uma reunião com o presidente do Santander Brasil, Jesús Zabalza, para discutir o fim das demissões, da rotatividade e das terceirizações, bem como a manutenção dos empregos e mais contratações. Os representantes do banco prometeram trazer uma resposta na reunião do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT), marcada para o próximo dia 19.


"As negociações específicas não ocorriam desde o mês de julho. Agora estamos retomando a pauta específica, com ênfase para o combate às inúmeras demissões que estão ocorrendo no banco. Queremos garantias de que o Santander vai manter os postos de trabalho, por isso cobramos uma negociação efetiva sobre este tema com a direção do banco", salienta o diretor do Sindicato dos Bancários do Litoral Norte e representante gaúcho na COE/Santander, Bino Kohler.

Os números do balanço do Santander do terceiro trimestre deste ano e de anos anteriores revelam que não há justificativas para dispensar trabalhadores, afinal a situação da empresa no Brasil é bem distinta de outras partes do mundo.

A filial brasileira é responsável por 24% do lucro mundial do grupo, apurando 1,277 bilhão de euros apenas nos primeiros nove meses de 2013 e o lucro por bancário brasileiro é 1,95 maior que o apresentado pelo empregado espanhol.

Essas e outras argumentações foram enfatizadas pelos dirigentes sindicais durante a negociação que tratou exclusivamente de emprego e reivindicaram que o banco cesse as demissões e por isso cobraram uma reunião com Zabalza.

Para os membros da COE, o Banco precisa mudar de postura e passar a valorizar a unidade brasileira, que apresenta o melhor índice de eficiência – que mede as receitas da instituição em relação às despesas – em todo o mundo, onde as despesas por empregado chegam a ser 33% inferiores ao do funcionário na Espanha.

Desigualdade de tratamento

Se de um lado a empresa elimina postos de trabalho – comprometendo a sobrevivência de milhares de trabalhadores -, de outro é extremamente generosa com seus altos executivos e com os acionistas. Segundo dados da própria empresa, entre 2010 e 2013, cada um dos integrantes de um seleto grupo do alto escalão teve reajuste de 67% em sua remuneração anual, passando de R$ 4,7 milhões para R$ 7,9 milhões.

Já aos acionistas, para os quais eram distribuídos 1,4 milhão de euros em 2003, receberam 6 milhões de euros em 2012.

Fonte: Contraf/CUT com edição da Fetrafi-RS

 


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