A Fenae publicou editorial saudando o aniversário da Caixa Econômica Federal. O texto destaca que o banco está muito além de números e que é preciso valorizar cada vez mais um exército de homens e mulheres que ajudam a concretizar milhões de projetos e sonhos país afora.
Leia a íntegra do editorial da Fenae:

Caixa completa 153 anos graças ao trabalho e à luta dos empregados

A Caixa Econômica Federal completou 153 anos neste domingo, dia 12 de janeiro de 2014. Criado em 1861, por decreto de Dom Pedro II, o maior banco público do Brasil apresenta um cotidiano carregado de muitos desafios, apesar das conquistas alcançadas no decorrer da última década. Um dos principais é aperfeiçoar permanentemente o papel de banco social, a serviço do desenvolvimento do país e da melhoria das condições de vida de cada brasileiro.

Pelas mãos de seus empregados e empregadas, a Caixa foi construída com muito trabalho e com muita luta. Isto foi decisivo até para defendê-la nos momentos de adversidades trazidos por políticas fundadas em interesses privados, alheias aos problemas do país. Por isso, o crescimento e a afirmação da importância da Caixa precisam estar alicerçados em políticas de pessoal sólidas, ousadas, democráticas e afinadas com a atuação da empresa como principal agente executor de demandas governamentais.

Os números são reveladores. Atualmente, o quadro de pessoal próprio da empresa é de cerca de 99 mil trabalhadores. A base de clientes equivale a praticamente um terço da população brasileira – são mais de 70 milhões de correntistas e poupadores de todas as faixas de renda. Os ativos totais da instituição estão próximos de R$ 859 bilhões. São mais de três mil agências e postos de atendimento, mais de 21 mil correspondentes Caixa Aqui, 15 unidades-caminhão, a primeira embarcação dedicada a uma agência bancária, mais de 24 mil terminais de autoatendimento e mais de 12 mil casas lotéricas.

Mas a Caixa está além, muito além, de prédios e números. Sob pena de fragilizar um patrimônio que é público, urge valorizar sempre mais um exército de homens e mulheres que para ela dedicam boa parte de suas vidas. A rotina de trabalho continua pesada e muito estressante, devido, sobretudo, à carência ainda alta de pessoal. A relação entre os dirigentes do banco e os trabalhadores pode e deve ser aprimorada cada vez mais, com respeito e oferta de condições dignas de trabalho àqueles que ajudam a concretizar projetos e sonhos de muita gente país afora.

Há anos o movimento nacional dos empregados cobra mais contratações, a melhoria das condições de trabalho e dos processos de ascensão profissional, a modernização dos sistemas e o fim de processos comprovadamente burocráticos. Os desafios, portanto, são inequívocos. De fato, existe uma maneira diferente de conduzir a Caixa, mas esse caminho é um processo, não um padrão rígido de gestão. E o processo, é bom salientar, está presente em todos os momentos em que a empresa assume coerentemente a função para a qual foi convocada a desempenhar.

Outro item que demanda definição imediata da Caixa é a posse de Fernando Neiva (titular) e Maria Rita Serrano (suplente), eleitos no início de dezembro os representantes dos empregados no Conselho de Administração (CA) da empresa. Essa participação no órgão máximo de decisão da Caixa é uma conquista histórica e importante da categoria e precisa ser respeitada. A atuação dos dois no CA representa a busca permanente pela valorização dos trabalhadores.

E o que dizer da Circular Interna 293, que a Caixa voltou a aplicar arbitrariamente no apagar das luzes do ano passado? De maneira sorrateira, reduziu jornada e salários de cerca de 250 empregados da carreira técnica que possuem reclamação trabalhista. Inaceitável! Cabe também à direção da empresa explicar melhor a denúncia feita pela revista IstoÉ, no final de semana. Não se pode permitir que a imagem e a credibilidade da Caixa sejam duramente atacadas.

Não há dicotomia entre números e valorização profissional. O êxito comercial tem seu alicerce no esforço, na dedicação, na competência e no profissionalismo de sucessivas gerações de empregados. Se a Caixa hoje chega a 153 anos de modo sólido e promissor, é porque conta com a colaboração direta de uma variedade de organismos vivos e atuantes: todos os seus trabalhadores em atividade e os que já se aposentaram.

Nenhuma ação isolada explica o que a Caixa se tornou. Nenhuma medida, nenhuma diretriz política ou visão administrativa pode construir um banco múltiplo (social e comercial) sem a ajuda de seus empregados, do mesmo modo que uma sinfonia não pode ser tocada por um só músico, e tampouco por alguns poucos. Muitos são necessários. A contribuição de cada um é importante. Apenas o conjunto produz o resultado almejado.

Mais do que saber o que atualmente é a Caixa, o fundamental é descobrir o que a empresa poderá vir a ser. Que venham mais 153 anos de tarefas, desafios, destinos e futuro para a Caixa Econômica Federal. Afinal, o tempo não para.

Fonte: Fenae


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