O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou hoje (18) um concurso público nacional para escolha do anteprojeto de arquitetura do prédio anexo da instituição, que ficará localizado em área próxima ao complexo do Morro Santo Antonio, no centro do Rio de Janeiro. A área escolhida para sediar o novo edifício é contígua à sede do banco, na capital fluminense.

Aberto a pessoas físicas ou jurídicas com registro no Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), o concurso irá premiar o primeiro colocado com R$ 1,2 milhão. Segundo informou a assessoria de imprensa do BNDES, as propostas classificadas do segundo ao quinto lugar receberão R$ 87,5 mil, R$ 75 mil, R$ 62,5 mil e R$ 50 mil.

O anexo será interligado à sede da instituição e vai aproveitar vazios urbanos da área central da cidade. A obra viabilizará a criação do Caminho de São Francisco, que facilitará o acesso regular de cidadãos e turistas ao Convento de Santo Antonio e aos oito templos que integram o complexo, a partir da Avenida Paraguai.

Em entrevista concedida no início de janeiro, o superintendente da Área de Administração do banco, Carlos Roberto Haude, assegurou que a construção do novo prédio trará vantagens econômico-financeiras para o banco. O projeto permitirá ao BNDES economizar R$ 6 milhões que são gastos atualmente, por mês, com o aluguel de salas em 18 andares do Edifício Ventura, situado na Avenida Chile, próximo à sede.

Com total de 3.866,62 metros quadrados, o terreno pertence 38% à Fraternidade Franciscana, formada por leigos católicos privados, e 62% ao BNDES.

Haude disse que o concurso para a escolha do anteprojeto arquitetônico do edifício anexo do banco tem o objetivo de promover a arquitetura de qualidade no país, além de fomentar a indústria da construção civil. “O concurso vai revelar novos talentos e novas tecnologias”, disse o superintendente. O projeto terá de atender a princípios de sustentabilidade, com tratamento paisagístico integrado com os jardins de Burle Marx no edifício-sede.

De acordo com a assessoria, a comissão julgadora do concurso será formada por dois técnicos do BNDES, um crítico e pesquisador de arquitetura, um profissional atuante no mercado de arquitetura corporativa e um arquiteto brasileiro de renome. A obra deverá ser iniciada no final de 2016, com conclusão prevista para 2019.

O presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil seção Rio de Janeiro (IAB-RJ), Pedro da Luz Moreira, disse à Agência Brasil que o edital do concurso, tal como foi elaborado, “fragiliza a atuação profissional”. Ele analisou que a forma de organizar o concurso não está de acordo com as regras da União Internacional dos Arquitetos (UIA), órgão consultivo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). “O IAB, quando organiza um concurso, procura se pautar por essa ordenação da UIA, que são, basicamente, critérios para tentar defender a categoria frente à organização do concurso”.

Segundo o presidente do IAB-RJ, a principal questão, que mostra a fragilidade do concurso lançado hoje pelo BNDES, é que “não há garantia de que o vencedor vai desenvolver o projeto posteriormente, até o final. Todo concurso que o IAB lança traz o valor do contrato que, no futuro, a equipe vai assinar com o órgão promotor do concurso. Esse concurso aqui não tem isso explicitado”. Ele deixou claro que um projeto de arquitetura não pode ser fracionado.

O instituto tem um modelo de desenvolvimento de concursos em duas fases, que prevê que a segunda etapa seja também remunerada. Pedro da Luz Moreira explicou que tendo um preço de contratação do projeto, a equipe, “seja qual for a experiência dela, vai desenvolver esse projeto porque aquela remuneração é adequada. Ela corre atrás dos meios para fazer isso adequadamente”. Para Moreira, a divulgação do valor do contrato futuro dá transparência ao processo e faz com que os arquitetos se interessem pelos concursos e sejam remunerados adequadamente.

Fonte: Agência Brasil

 


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