O Sindicato dos Bancários de Niterói (RJ) ganhou uma decisão judicial que garantiu a um bancário, que foi sequestrado junto com a família, o pagamento pelo Itaú de um aluguel durante 30 meses para auxiliar na mudança de residência e superar o trauma por conta da violência dos bandidos.

Conforme avaliação do Sindicato, essa decisão é histórica e abre caminho para novos casos em proteção dos bancários que ficam à mercê da insegurança e abandono a que são submetidos pela negligência dos bancos, que só pensam nos lucros.

Onda de sequestros

A violência tem crescido assustadoramente nos últimos anos em todas as regiões do país. Somente no Estado do Rio de Janeiro, os índices de criminalidade subiram 27% nos primeiros dez meses de 2013. O número envolve assassinatos, roubo a estabelecimentos e furtos, entre outros.

O Sindicato destaca o aumento de casos envolvendo bancários e família sequestrados. Nos últimos dois anos foram registrados alguns casos em Niterói, São Gonçalo e Cabo Frio que preocuparam a categoria.

Nos últimos meses, diante da redução do número de funcionários, a situação piorou no Itaú. Segundo dados do Sindicato, ocorreram dois sequestros nesta semana, assustando a categoria. Nos últimos quatro meses foram registrados oito casos.

Apesar de todo o sofrimento e risco por conta do sequestro e da invasão das residências dos bancários, os bancos nada fazem para auxiliar o funcionário que sofre este tipo de violência. Muitos trabalhadores não conseguem retornar às suas casas após os ocorridos por medo e por falta de proteção aos familiares, além, é claro, do abalo psicológico a que é acometido.

Preocupado, o Sindicato buscou remédios jurídicos para garantir o mínimo de assistência aos bancários que sofreram algum tipo de violência por conta do exercício da profissão. A decisão da Justiça é uma grande vitória obtida pela categoria.

Mais proteção para vítimas de sequestros

Para o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr, trata-se de uma decisão importante para o bancário que foi vítima de sequestro.

"Nós já conquistamos a possibilidade de realocação do bancário sequestrado na convenção coletiva, assim como a assistência médica ou psicológica, mas isso não é suficiente para que ele possa recomeçar a sua vida em outro lugar. Por isso, o pagamento de aluguel por um prazo definido, obtido em Niterói graças a uma decisão judicial, é uma medida positiva que precisamos estender para todo o Brasil, a fim de garantir mais proteção para as vítimas de sequestros", afirma o dirigente sindical.

Ademir aproveita para cobrar o fim da guarda da chaves por bancários e vigilantes, como forma de eliminar riscos e prevenir contra assaltos. "A vida precisa ser colocada em primeira lugar", conclui o diretor da Contraf-CUT.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb Niterói

 


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