O Santander enviou mensagem ao acionista minoritário e secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr, em resposta ao pedido de informações apresentado por escrito durante a assembleia de acionistas realizada no dia 30 de abril, em São Paulo. O banco, no entanto, não informou o que o dirigente sindical havia solicitado, como o número de demissões em 2013 e os tipos de desligamento.
Na resposta enviada pela área de Relações com Acionistas no último dia 19 de maio, a instituição se limitou a dizer que "o número de funcionários em 2013 (final de período) era de 49.621". Segundo Ademir, "o Santander não respondeu o que foi solicitado: qual foi o total de admissões e desligamentos ocorridos em 2013 e quais foram os motivos dos desligamentos (quantos foram por dispensa sem justa causa, quantos foram dispensa com justa causa, quantos foram a pedido, quanto s foram por aposentadoria e quantos foram por morte)". Para ele, "ao esconder essas informações, o banco não age com transparência".
Com base no balanço publicado, é possível verificar somente o total de funcionários nos meses de dezembro em 2012 e 2013, onde se constata o corte de 4.371 postos de trabalho no ano passado, o que é muito preocupante. "Mas não constam quantos foram contratados e desligados, muito menos os tipos de desligamentos", explica o diretor da Contraf-CUT.
Participação no lucro
O banco também respondeu que o valor de R$ 958,394 milhões lançado no balanço como participação nos lucros se refere ao pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e Programa de Participação nos Resultados Santander (PPRS.
"No entanto, o Santander não informou o que foi solicitado: qual foi o valor distribuído de PLR, qual foi o montante a título de PPRS e qual foi o valor destinado aos demais programas próprios de renda variável do banco", ressalta Ademir.
Planos de previdência
As explicações do Santander sobre a tabela inserida na página 85 das Demonstrações Financeiras do Exercício de 2013 também não atenderam a expectativa do acionista minoritário. A tabela possui uma coluna com cada um dos planos de previdência complementar do banco, ao lado de outra coluna denominada "Duration" com um total de anos para cada um desses planos.
Foi esclarecido na mensagem enviada pelo banco que "a definição do duration está pautada em critérios atuariais, revisitados anualmente pela consultoria atuarial contratada, com base nos critérios definidos pela legislação, e avaliado por auditoria externa, com emissão de parecer, que faz parte do processo de fechamento do exercício".
Para Ademir, "esses esclarecimentos fornecidos pelo banco são insuficientes, pois não permitem compreender os critérios utilizados para o cálculo efetuado de cada plano, além de dados conflitantes".
"No caso do Banesprev, por exemplo, como pode o prazo médio do plano V ser maior que o plano III e o do plano pré-75 ser quase igual ao plano II? Precisamos saber detalhadamente a forma utilizada para fazer o cálculo de cada um dos planos relacionados na citada tabela", destaca.
Nova carta ao Santander
O acionista minoritário encaminhou nesta terça-feira (10) nova carta ao Santander, reiterando os pedidos de informações feita na assembleia.
> Clique aqui para ler a íntegra da nova carta ao Santander.
Ele aproveitou para requerer outros esclarecimentos sobre os planos de previdência a partir da resposta enviada pelo banco, como as hipóteses e os métodos atuariais utilizados. Ademir também pediu o nome da empresa de consultoria atuarial contratada e solicitou a apresentação do parecer da auditoria externa.
"Espero que desta vez o banco envie uma resposta com os esclarecimentos solicitados", projeta o dirigente sindical. "Os acionistas e a sociedade brasileira têm o direito de conhecer as práticas do banco e do sistema financeiro", conclui o acionista minoritário.
*Contraf/CUT com edição da Fetrafi-RS