Um dia depois de falar em "atualização da CLT", numa declaração que foi interpretada pelo presidente da CUT, Vagner Freitas, como sinalização para flexibilizar direitos dos trabalhadores, a candidata Marina Silva mais uma vez ajustou seu discurso; atribuiu eventuais mudanças na CLT a "fofocas" e "mentiras" espalhadas por opositores; “Os direitos dos trabalhadores precisam ser respeitados, todas as suas conquistas devem e precisam ser respeitadas, não vou ficar tratando de especulações, fofocas que estão sendo espalhadas no Brasil inteiro. Temos um programa que é claro”, disse ela

 A candidata Marina Silva, do PSB, mais uma vez fez ajustes em seu discurso. Um dia depois de se encontrar com empreendedores e prometer "atualizar" as regras da CLT, que garante direitos dos trabalhadores, ela atribui eventuais mudanças na lei trabalhista a "fofocas e mentiras".

A fala de Marina repercutiu mal e foi interpretada por Vagner Freitas como uma sinalização para flexibilizar direitos trabalhistas. "Marina fala em atualizar as regras para ajudar na geração de empregos. O que isso significa? Quando os empresários falam isso eles são claros: querem diminuir direitos e ampliar lucros. Nada mais que isso", disse ele.
Ontem à noite, Marina abandonou de vez o tema da atualização da CLT e afirmou que "direitos trabalhistas são sagrados". Leia, abaixo, reportagem da Reuters a respeito:

RIO DE JANEIRO (Reuters) – A candidata à Presidência Marina Silva (PSB) disse que se eleita respeitará os “sagrados” direitos dos trabalhadores brasileiros, afirmando também que não vai admitir “fofocas e mentiras” espalhadas por meio de programa eleitoral na TV, numa alusão a propagandas da campanha da presidente Dilma Rousseff (PT).

“Os direitos dos trabalhadores precisam ser respeitados, todas as suas conquistas devem e precisam ser respeitadas, não vou ficar tratando de especulações, fofocas que estão sendo espalhadas no Brasil inteiro. Temos um programa que é claro”, disse ela.

“A defesa dos direitos dos trabalhadores é sagrada para nós”, acrescentou, lembrando seu passado como sindicalista.
Na véspera, Marina falou em "atualização" das regras trabalhistas, mas procurou deixar claro que isso seria feito "sem prejuízo das conquistas" dos trabalhadores.

Nesta manhã, Dilma, que tenta a reeleição, também entrou no assunto, ao ser questionada sobre possíveis alterações nessa área. "Eu não mudo direitos na legislação trabalhista… lei de férias, décimo terceiro, fundo de garantia, hora-extra, isso não mudo nem que a vaca tussa", disse a petista.

"FOFOCAS E MENTIRAS"

Marina aproveitou para ressaltar a desvantagem de sua candidatura em relação ao tempo para propaganda eleitoral na TV, na qual os rivais estariam tentando pautar o debate eleitoral por meio da disseminação de “fofocas e mentiras”.
“O nosso projeto é o que faz com que com apenas 2 minutos de televisão –contra 5 minutos do governador Aécio e quase 12 minutos de Dilma– a gente consiga com que nosso projeto esteja avançando e fazendo com que esses segmentos que apostam na estagnação, na polarização, fiquem desesperados”, disse ela, ao responder se tais ataques estariam tendo efeito no eleitorado.

Pesquisa Ibope divulgada na terça-feira mostrou Marina oscilando 1 ponto para baixo, a 30 por cento das intenções de voto para o primeiro turno, atrás de Dilma, que perdeu 3 pontos e foi a 36 por cento, mas ainda com boa vantagem sobre Aécio Neves (PSDB), que cresceu 4 pontos, para 19 por cento.

Na simulação de segundo turno, a candidata do PSB e a presidente estão em empate técnico, mas com vantagem numérica para a ex-senadora: 43 a 40 por cento.

Ao ser questionada sobre declarações de seu candidato a vice, Beto Albuquerque (PSB), que nesta quarta-feira sugeriu em entrevista uma eventual aliança com o PMDB caso vença a eleição, Marina retomou o discurso de que pretende governar “com os melhores” e creditou às composições governamentais "pragmáticas" os casos de corrupção envolvendo a Petrobras.

“Eu não vou aceitar as composições feitas há 20 anos pelo PT e PSDB, que são feitas de forma pragmática, com base na distribuição de pedaços do Estado, o que acaba fazendo o que está acontecendo com as agências e a Petrobras", disse, referindo-se a recentes denúncias sobre a estatal.

"A escolha do senhor Paulo Roberto (Costa), que está há 12 anos como funcionário de confiança da presidente Dilma é o resultado dessa governabilidade que essas pessoas estão reivindicando”, disse Marina, referindo-se ao ex-diretor da petroleira que se encontra preso.

Fonte: Brasil 247 / Reportagem de Felipe Pontes
 


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