Os números revelam adesão maior que na última greve. Somente em Porto Alegre, houve crescimento de 41,3% em relação ao primeiro dia do ano passado. As agências de bancos públicos e privados ficaram totalmente paralisadas no primeiro dia de greve em comparação com as 252 do primeiro dia da GREVE do ano passado (19/9/2013).

O coordenador de Política Sindical da Fetrafi-RS, Juberlei Bacelo, avalia a mobilização como resposta à dificuldade de avanços na mesa de negociação. "Este ano tivemos uma arrancada de bancários que aderiram à greve bem superior ao último ano, o que reflete a indignação da categoria com as condições desfavoráveis de trabalho da categoria, além das metas abusivas que têm adoecido os bancários", ressalta.

As negociações iniciaram nacionalmente em 11 de agosto e ainda não houve avanços nas cláusulas sociais, no reajuste de piso e de verbas salariais, assim como melhores condições de trabalho, mais investimentos em saúde, igualdade de oportunidades, segurança e mais empregos.

Em relação às cláusulas econômicas, a Fenaban fez duas propostas. Em 19/9, na sétima rodada de negociação, representantes dos bancos ofereceram 7% nas verbas salariais (vale-refeição, cesta alimentação, entre outras) e 7,5% de reajuste no piso. No sábado passado, 27/9, em nova reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fernaban), os percentuais aumentaram. Os representantes dos bancos ofereceram 7,5% nas verbas salariais e 8% no piso. As duas propostas econômicas foram consideradas insuficientes. A segunda proposta econômica foi rejeitada em assembleias nacionais na segunda-feira (29), e confirmou a greve.

Mobilização fecha mais de 6,5 mil agências no Brasil

Os bancários fecharam pelo menos 6.572 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados em 26 estados e no Distrito Federal no primeiro dia da greve nacional da categoria por tempo indeterminado. São 427 unidades paralisadas a mais que no primeiro dia da greve do ano passado (6.145), um crescimento de 9,38%. Os bancários reivindicam 12,5% de reajuste, valorização do piso salarial, PLR maior, garantia de emprego, melhores condições de saúde e trabalho, com fim das metas abusivas e do assédio moral, mais segurança nas agências e igualdade de oportunidades.

O balanço foi feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) com base nos dados enviados até as 18h30 pelos 134 sindicatos que integram o Comando Nacional dos Bancários, que representa cerca de 95% dos 511 mil bancários do País. "Mais uma vez os bancários dão uma grande demonstração de unidade nacional e a força de sua mobilização, fazendo uma greve ainda maior que no ano passado. É um recado inequívoco aos bancos de que queremos mais do que os 7,35% de reajuste e que não fecharemos acordo sem que nossas reivindicações econômicas e sociais sejam atendidas", adverte Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.

As principais reivindicações dos bancários

-Reajuste salarial de 12,5%.
-Piso Salarial de R$ 2.979,25
-PLR: três salários mais parcela adicional de R$ 6.247.
-14º salário.
-Vales alimentação, refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 724,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
-Gratificação de caixa: R$ 1.042,74.
-Gratificação de função: 70% do salário do cargo efetivo.
-Vale-cultura: R$ 112,50 para todos.
-Fim das metas abusivas.
-Combate ao assédio moral.
-Isonomia de direitos para afastados por motivo de saúde.
-Manutenção dos planos de saúde na aposentadoria.
-Emprego: fim das demissões e da rotatividade, mais contratações, proibição às dispensas imotivadas como determina a Convenção 158 da OIT, aumento da inclusão bancária e combate às terceirizações.
-Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
-Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
-Prevenção contra assaltos e sequestros: cumprimento da Lei 7.102/83 que exige plano de segurança em agências e PABs, garantindo pelo menos dois vigilantes durante todo o horário de funcionamento dos bancos; instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento das agências; biombos em frente aos caixas e fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
-Igualdade de oportunidades para todos, pondo fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

Fonte: Comunicação Fetrafi-RS, com informações de indBancários e Contraf-CUT
 


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