A Fetrafi-RS reuniu dirigentes sindicais do Itaú Unibanco de todo o Estado para reunião com representantes da área de Relações de Trabalho do banco na quinta-feira (04), na sede da entidade, em Porto Alegre. O encontro começou com a apresentação do novo plano de saúde proposto pelo Banco, seguido de debate sobre as demandas dos empregados gaúchos.

Um dos principais problemas denunciados pelos sindicalistas é a falta de funcionários. Segundo os dirigentes, as agências do Itaú Unibanco funcionam com número reduzido de trabalhadores, o que gera sobrecarga de trabalho e aumenta o tempo de espera nas filas, irritando os clientes. A situação dos bancários é tão precária, que muitos não conseguem sequer ir ao banheiro devido ao excesso de trabalho. Além disso, os trabalhadores são obrigados a almoçar somente após às 16h, pois não podem se ausentar de suas funções enquanto há necessidade de atendimento.

Outro grave problema relatado ao superintendente de Relações do Trabalho do Itaú Unibanco, Marco Aurélio de Oliveira, é a não emissão de CAT em situações de assalto, acidentes ou doenças do trabalho. De acordo com dados do Departamento de Saúde do SindBancários e da Fetrafi-RS, muitos trabalhadores acabam obtendo o reconhecimento da doença do trabalho após perícia do INSS. Segundo informações do Sindicato, dos 103 bancários que procuraram o Departamento de Saúde entre janeiro de 2012 e julho de 2014, 82 tiveram o benefício concedido de forma administrativa ou judicial.

Transferências arbitrárias

Os sindicalistas denunciaram a possível retaliação contra bancários que retornam ao trabalho após tratamento de saúde e afastamento do INSS. Estes trabalhadores estão sendo submetidos a transferências arbitrárias ou são obrigados a integrar o setor USO (Unidade de Serviços Operacionais) do banco, ficando à disposição para cobrir férias, licenças e horários de almoço em qualquer agência da cidade onde estão lotados ou até em outras localidades.

Assédio Moral

A prática constante de diversas formas de assédio moral também esteve em foco na reunião entre dirigentes sindicais e representantes do banco. De acordo com os sindicalistas, diversos gestores cobram o cumprimento de metas de maneira indevida, exercendo forte pressão sobre os bancários. As atitudes discriminatórias contra os empregados que retornam de afastamento pelo INSS também fazem parte da rotina de violência organizacional nas unidades do Itaú.

Férias frustradas

A cobrança exacerbada de metas atinge até bancários em férias. Muitos trabalhadores não conseguem usufruir dos 30 dias de benefício. Os dirigentes sindicais reivindicaram que os bancários tenham direito a, no mínimo, 20 dias corridos de férias, agendados com antecedência entre 60 e 90 dias.

Os sindicalistas cobraram ainda a instituição de dois turnos de trabalho nas agências com horário de atendimento estendido; garantia de emprego e acesso antecipado ao termo de Plano de Demissão Voluntária para áreas operacionais; manutenção de vigilantes nas agências de negócios e acesso aos registros do ponto eletrônico para os sindicatos signatários do acordo específico sobre este tema.

O diretor da Fetrafi-RS e bancário do Itaú Unibanco, Arnoni Hanke, destaca que o banco precisa encaminhar resoluções efetivas para os problemas apontados. "Algumas das nossas reivindicações, a exemplo da contratação de mais funcionários, vem se arrastando há várias reuniões com a instituição. O Itaú deve mudar diversas práticas de gestão, que deterioram as condições de trabalho e levam os trabalhadores ao adoecimento. O banco não pode alegar que desconhece os problemas”, observa o diretor da Federação.

A Fetrafi-RS encaminhou ao superintendente de Relações de Trabalho, Marco Aurélio Oliveira e ao gerente de Relações Sindicais, Romualdo Garbos, o relatório detalhado da reunião, incluindo todos os problemas relatados pelos dirigentes sindicais. Os representantes do banco se comprometeram de dar um retorno por escrito sobre as demandas dos bancários.

Fonte: Comunicação/Fetrafi-RS
 


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