Depois do Itaú Unibanco, o Bradesco e o Santander retiraram da prateleira uma série de pacotes de tarifas bancárias que ofereciam benefícios como bônus para falar no telefone celular e taxas de juros mais baixas em empréstimos.

Reportagem do jornal Valor Econômico publicada em dezembro mostrou que o Banco Central (BC) detectou irregularidades em diversos pacotes de serviços bancários e que vinha alertando os bancos sobre os problemas encontrados. Diante dos questionamentos da autoridade, até o início de dezembro, apenas o Itaú tinha deixado de comercializar três planos.

A principal constatação do BC foi de que os pacotes descumpriam a regulação ao oferecer benefícios não-bancários nos planos. Com isso, dificultavam a comparação de preços feita pelos consumidores.

Em seu site, o Bradesco informa que parou de vender os pacotes com bônus de celular em 23 de dezembro.

No Santander, os planos conversíveis em minutos para falar no telefone também não aparecem mais nas opções de pacotes de conta corrente.

O aperto regulatório do BC resultou em um número bastante limitado de pacotes oferecidos pelos bancos. Até o fim de dezembro, por exemplo, o Bradesco oferecia a opção de 18 planos a seus correntistas, fora os quatro pacotes padronizados exigidos pelo BC. Agora, o banco tem dez.

No caso do Santander, os clientes podem optar hoje por apenas três pacotes, sendo um deles universitário. O Banco do Brasil já havia excluído o plano com minutos de telefone em 2013.

Com o chamariz de bônus de celular e de juros mais baixos para o crédito, os bancos alavancaram suas vendas de serviços pelo menos desde 2012, conforme demonstraram em relatórios a investidores.

Procurados pela reportagem, Bradesco, Santander e Banco Central não retornaram o pedido de entrevista até o fechamento desta edição.

Apesar de terem retirado seus pacotes de circulação diante dos alertas feitos pelo BC, os bancos estudam neste momento uma forma de voltar a oferecer bônus de celular a seus clientes dentro da regulamentação, segundo apurou o Valor.

Um dos argumentos das instituições financeiras é que os pacotes com bônus de telefone celular criam um atrativo que auxilia na bancarização das pessoas.

Fonte: Valor Online
 


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