O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vai aproveitar seu discurso nesta terça-feira (20) sobre o Estado da União, o mais importante do ano, para pedir ao Congresso que aumente os impostos cobrados dos contribuintes mais ricos e das grandes firmas financeiras.

O objetivo é reduzir a carga tributária da classe média e dos trabalhadores. A proposta, no entanto, vai enfrentar forte resistência num Congresso agora controlado pelo Partido Republicano.

Os congressistas da oposição vêm se opondo a aumento de tributos em geral, com o argumento de que prejudica o crescimento da uma economia ainda frágil. Líderes republicanos rapidamente classificaram a proposta como um "não começo".

O plano de Obama significa um aumento de arrecadação de US$ 320 bilhões na próxima década.

Os recursos compensariam desonerações tributárias para a classe média, que chegam a US$ 175 bilhões no mesmo período.

Os recursos também serviriam para cobrir dois anos de educação superior grátis para uma parte dos estudantes norte-americanos.

A proposta de elevar os impostos dos ricos mostra que Obama, apesar do constrangimento político da derrota democrata nas eleições de meio de mandato, está se movendo agressivamente.

A proposta ocorre após algumas outras medidas audaciosas de Obama, como a reforma do sistema de imigração e a retomada das relações diplomáticas com Cuba.

Heranças

O ponto central do novo plano tributário americano é eliminar os fundos fiduciários que permitem a administração de heranças, protegendo centenas de bilhões de dólares da cobrança de impostos todos os anos.

O projeto também prevê a elevação da alíquota de Imposto de Renda de 23,8% para 28% para casais que ganham acima de US$ 500 mil anuais. Outra proposta é estabelecer uma nova taxa para os bancos com ativos acima de US$ 50 bilhões.

Esses impostos serão utilizados para financiar uma série de benefícios fiscais para a classe média, incluindo um crédito de US$ 500 para famílias em que marido e mulher trabalhem.

Também está previsto um aumento nos subsídios com creche e educação e incentivos para que os norte-americanos poupem mais para a sua aposentadoria.

Obama vinha falando repetidamente em um potencial acordo com os republicanos para reformar os impostos para as empresas, mas muito pouco sobre taxação para indivíduos, uma área polêmica.

"Bater nos pequenos negócios americanos com novos aumentos de impostos é renegar os benefícios das políticas tributárias que ajudariam no crescimento da economia e na criação de empregos", disse o senador republicano Orrin G. Hatch, que comanda o Comitê de Finanças do Congresso.

"O presidente precisa parar de ouvir seus aliados liberais que querem aumentar impostos a todo custo e começar a trabalhar com o Congresso para consertar nosso quebrado sistema tributário."

Fonte: The New York Times, publicado na Folha de S. Paulo

 


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