A presidenta Dilma Rousseff decidiu nesta sexta-feira 6 transferir o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, para a Petrobras, devendo substituí-lo na presidência do BB pelo atual vice-presidente de negócios de varejo Alexandre Corrêa Abreu.

A escolha de Abreu para a presidência do BB, segundo o portal Brasil 247, era defendida pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. Ele já vinha sendo preparado para assumir o cargo.

Paulista, como Bendine, Abreu foi um dos implementadores da redução dos juros no BB. Ele também já havia sido cotado para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Bendine esteve à frente do BB desde 8 de abril de 2009, em substituição a Antonio Francisco de Lima Neto. Ele foi escolhido para o cargo na gestão do ex-presidente Lula para reduzir os juros banco e o aumentar do volume de crédito.

Na ocasião o mercado não gostou da mudança, e as ações do BB caíram 8,15% num dia em que a Bovespa subiu 0,82%. Investidores viram a troca como uma interferência do governo, que estaria insatisfeito com a demora do BB em reduzir suas taxas para estimular a economia e amenizar a crise de então.

Nesta sexta-feira (6), a indicação de Bendine também não agradou; as ações da Petrobras desabaram mais de 6% após a indicação de Bendine, que é funcionário de carreira do BB.

Finanças

Segundo a Folha de S. Paulo, Ivan Monteiro, atual vice-presidente de Finanças do Banco do Brasil, será o novo diretor financeiro da Petrobras. O cargo é chave para enfrentar a atual crise pela qual a petroleira passa.
Na quarta (4), Graça Foster e outros cinco conselheiros pediram demissão do cargo. O Conselho de Administração da companhia está reunida na manhã desta sexta-feira (6) para escolher os novos nomes da diretoria.

O conselho é composto por dez pessoas e é presidido por Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda. Ele está no conselho por indicação do acionista controlador, ou seja, o Tesouro Nacional -portanto, o governo. Os demais membros são conselheiros.

Graça Foster também participa. Confira os membros e quem elegeu cada um para ocupar o cargo:

 Guido Mantega, eleito pelo acionista controlador

 Maria das Graças Silva Foster, eleita pelo acionista controlador

 Luciano Galvão Coutinho, presidente do BNDES, eleito pelo acionista controlador

 Francisco Roberto de Albuquerque, eleito pelo acionista controlador

 Márcio Pereira Zimmermann, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, eleito pelo acionista controlador

 Sérgio Franklin Quintella, eleito pelo acionista controlador

 Miriam Aparecida Belchior, ex-ministra do Planejamento, eleita pelo acionista controlador

 José Guimarães Monforte, eleito pelos acionistas preferencialistas

 Mauro Gentile Rodrigues da Cunha, eleito pelos acionistas minoritários

 Sílvio Sinedino Pinheiro, eleito pelos empregados

Dentre todos os problemas da Petrobras, o mais urgente nó a ser desfeito pela nova diretoria da Petrobras é publicação do balanço auditado com o lançamento das perdas decorrentes da corrupção.
É crucial para a Petrobras ter o balanço auditado por dois motivos: sem o aval da auditora independente PwC (PricewaterhouseCoopers), a estatal fica em risco iminente de perder o grau de investimento para a sua nota de crédito e pode ter parte de sua dívida cobrada imediatamente, antes do vencimento.

No dia 3 deste mês, a agência de risco Moody\’s deu 30 dias para a estatal publicar os dados, sob o risco de perder a nota de investimento.

A Fitch também rebaixou a classificação de risco da Petrobras para o último passo antes de risco especulativo -muitos fundos não aplicam seus recursos em ações e títulos de empresas com essa avaliação.

Renúncia

A renúncia coletiva ocorreu após os diretores não aceitarem o cronograma definido por Dilma Rousseff para a mudança na direção da empresa. Dilma queria que eles ficassem até o fim do mês.
Restou a Graça informar Dilma de que já não tinha condições de controlar os demais colegas de diretoria e que a mudança teria que ser antecipada para esta sexta.

Ao contrário das negativas anteriores, desta vez Dilma concordou com a saída da auxiliar, de quem é amiga. A posição de Dilma só mudou depois que o Conselho de Administração da empresa divulgou, na semana passada, umabaixa em seus ativos da ordem de R$ 88 bilhões, fruto de desvios e ineficiência na execução de projetos.

Fonte: Contraf-CUT, com Folha de S. Paulo e Brasil 247


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