A direção do Banco do Brasil mais uma vez está inovando no que se refere à exploração do funcionalismo. Isso porque, na última semana de abril, a instituição financeira iniciou projeto-piloto para serviço de home office em áreas administrativas, no qual os trabalhadores envolvidos têm de estar disponíveis 24 horas por dia nos sete dias da semana. O Sindicato dos Bancários de São Paulo anunciou que vai cobrar a suspensão da medida e que haja reunião com a direção da estatal para discutir o assunto.

Cláudio Luis de Souza, diretor do Sindicato de São Paulo, destaca que a medida começou em caráter experimental com nove funcionários lotados em São Paulo e em Brasília. A intenção da empresa é de que ainda neste primeiro semestre sejam pelo menos mais 100 trabalhadores envolvidos.

"Pelo projeto, arquitetado pelo gestor Carlos Netto, a pessoa faz o serviço de sua residência, devendo cumprir a jornada de trabalho. No entanto, é obrigado a permanecer com o celular disponível e checar, a todo momento, seus e-mails. Na prática, a pessoa fica a serviço da instituição 24 horas por dia nos sete dias da semana. Fica sem vida pessoal. Fora isso, esses funcionários têm metas acrescidas em 15% em relação aos demais."

Sem diálogo com os sindicatos

Ao contrário do que diz as matérias da grande imprensa através do diretor Carlos Netto, os sindicatos não foram sequer informados da implantação do programa, muito menos terem recebido bem a proposta.

"A surdez da Diretoria do Pessoas do BB é cada vez mais impressionante. Não ouve os funcionários e ainda quer colocar palavras na boca dos seus representantes", afirma Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

Reestruturação

Claudio Luis destaca ainda que o home office integra plano maior de reestruturação em curso no BB. Ele cita a situação da Ditec (Diretoria de Tecnologia), que passa por nova reestruturação, atingindo cerca de 300 trabalhadores em todo o país. Estão sendo pressionar a migrar da jornada de oito horas para seis horas, com redução nos salários. Nesse setor, em 2013, diversos funcionários passaram por situação idêntica devido ao PFG (Plano de Funções Gratificadas).

"Depois que o setor de gestão de pessoas do banco perdeu o caráter de vice-presidência e passou a ser subordinado a um setor de varejo, perdeu-se em muito o diálogo com o funcionalismo. No entanto, estamos exigindo que haja interlocutor capaz de resolver esses graves problemas provocados por reestruturações sem qualquer discussão com o movimento sindical", acrescenta Cláudio Luis.

Fonte: Contraf-CUT, com Seeb SP
 


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