A situação da Funcef foi debatida nesta sexta-feira (12), durante o 31º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), que acontece no hotel Holliday In, em São Paulo (SP), até domingo. Na oportunidade, o diretor de investimentos da Fundação, Maurício Marcellini Pereira, e o conselheiro deliberativo eleito Antônio Luiz Fermino traçaram um cenário pouco otimista para 2015. Na avaliação deles, o fundo de pensão deverá voltar a apresentar resultados negativos, com ligeira perspectiva de melhora no próximo ano.

Fermino destacou que as entidades representativas dos participantes e assistidos defendem o equacionamento imediato do déficit do REG/Replan saldado e não-saldado. "Protelar essa medida trará prejuízos aos associados. Se o cenário mudar, suspende-se o pagamento das contribuições extraordinárias. Mas o equacionamento deve ocorrer já", enfatizou. A Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa-Contraf/CUT) já reivindicou assento no grupo que vai definir o plano e, também, que os participantes sejam amplamente consultados.

As duas modalidades do REG/Replan apresentaram quadro deficitário por três anos consecutivos: no acumulado, são R$ 5,142 bilhões (saldada) e R$ 401 milhões (não-saldada). Conforme a legislação em vigor do sistema de previdência complementar, a Fundação deverá apresentar plano de equacionamento do desequilíbrio à Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). Segundo o diretor Maurício Marcellini, a definição de período e valores das contribuições adicionais será feita ainda este ano.

Causas do déficit

Maurício Marcellini Pereira informou que a rentabilidade dos investimentos da Funcef e o desempenho abaixo da meta atuarial dos planos de benefícios foram impactados por um cenário desfavorável, que acentuou-se com o agravamento da crise econômica a partir de 2012. Ele citou a desvalorização, entre 2012 e 2014, da carteira da Vale de 40%, a queda da Bovespa de 11,89% e o incremento do valor provisionado devido ao contencioso judicial. Em relação a esse último item, o crescimento foi de 145,9% nos últimos quatro anos.

A resposta da entidade para reverter essa situação, segundo o diretor de Investimentos, tem sido mudanças na estratégia de alocação de recursos, com diversificação de carteiras e adequação à nova realidade econômica. Ele, no entanto, observou: "de 2005 a 2014, a rentabilidade na Funcef foi de 262,9%, acima dos 250,8% do sistema de previdência complementar e dos 192% da meta atuarial".

Entre os desafios, além do equacionamento do déficit do REG/Replan, Maurício Marcellini citou o planejamento a longo prazo da política de investimentos e a incorporação do REB ao Novo Plano. "O cenário é complicado, todos sabemos. O início da recuperação da atividade econômica ocorrerá, de forma gradual, a partir de 2016. Esse ano já está perdido. Mas estamos preparados para enfrentar todas as dificuldades", garantiu.

Revista Fórum Funcef

O Fórum das Entidades Nacionais em Defesa da Funcef lançou, durante o 31º Conecef, uma edição da revista Fórum Funcef esclarecendo aos participantes e assistidos a situação da Fundação. As matérias da publicação tratam da situação de cada plano de benefício, do equacionamento do déficit do REG/Replan saldado e não-saldado, da luta por democratização na Funcef e da política de investimentos. Na próxima semana, a revista será enviada para todos os empregados da Caixa e disponibilizada no site da Fenae.

Fonte: Rede de comunicação dos bancários
 


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