Assaltos a bancos no Estado são usados pelas quadrilhas como um trampolim para ações mais ousadas, como ataques a carro-forte. É também a suspeita da polícia para ogrupo preso há 10 dias em Caxias do Sul.
O Deic investiga a atuação daquela quadrilha, liderada por Maurício da Silva, em outros assaltos no Estado, mas sabe-se que as explosões nos bancos do Brasil e Banrisul em Ana Rech, em Caxias, do qual o grupo é suspeito, tinham um motivo: angariar recursos para compra de armamentos mais pesados, usados em assaltos a carros-fortes. A suspeita era que o grupo se reuniu em Caxias mais uma vez para atacar um carro-forte na região.

Este ano, 134 ataques a bancos foram registrados em todo o Estado até o dia 18 de junho. Em 2014, foram 203 no mesmo período. O levantamento é da Rádio Gaúcha e compreende casos de furto e roubos, tentados e consumados, envolvendo caixa eletrônico, boca do caixa e cofres de agências.

O mesmo levantamento aponta que 10 cidades da Serra contabilizam 16 ataques até 18 de junho deste ano. No mesmo período do ano passado, foram 25 em 9 municípios.

— O dinheiro dos assaltos a bancos é usado pelas quadrilhas para compra de armas mais pesadas, carros mais potentes e aliciar mais pessoas para ações mais audaciosas, como o assalto a carro-forte, que exige mais estrutura — confirma o delegado Joel Wagner.

Foi por meio da prisão de um homem em Gravataí, nove horas depois das explosões nos dois bancos em Ana Rech, no dia 8 de maio, que a polícia chegou até o líder Maurício da Silva. O homem preso naquele dia em uma residência no bairro Passo dos Ferreiros, Paulo da Silva, é irmão de Maurício. Na casa, foram apreendidos um fuzil, duas armas, munição, coletes balísticos, toucas ninjas, rádios comunicadores e três picaretas.

Maurício da Silva arquitetava as ações, mas o especialista em explosivos era Nelson de Lima Velasquez, morto durante a operação do Deic em 10 de junho. Velasquez teria sido um dos mentores de Elisandro Rodrigo Falcão, outro nome conhecido da crônica policial. Morto em 2012, Falcão também liderava uma quadrilha responsável por ataques a bancos com uso de explosivos no Rio Grande do Sul.

Dos integrantes da quadrilha desarticulada em Caxias, pelo menos Velasquez e Mauro Leandro Berti Kochan estavam há algum tempo na cidade. A esposa de Velasquez, Diversinda de Borba, foi presa em uma residência onde uma arma foi encontrada. Já Kochan era quem alugava a espécie de oficina no bairro São Cristóvão onde ocorreu o confronto com a polícia. Os demais são da região metropolitana.

 

Fonte: pioneiro.com

 


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