Bancários e bancárias dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo se reuniram em Macaé-RJ no último sábado, dia 04, na 17ª Conferência Interestadual promovida pela Fetraf-RJ/ES. Ao todo 517 trabalhadores estiveram presentes, entre sindicalistas e bancários de base, sendo 385 homens e 132 mulheres. O evento teve por objetivo definir as propostas e a delegação da base para a Conferência Nacional, que acontece de 31 de julho a 02 de agosto, em São Paulo.

Além de propostas para a construção da minuta de reivindicações dos bancários que será entregue aos patrões, os delegados também deliberaram sobre propostas de estratégia e ações para enfrentamento dos principais problemas da categoria. Foram, ainda, aprovadas moções sobre questões a atual política econômica adotada pelo governo federal e a atuação do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na presidência da Câmara dos Deputados.

Veja, a seguir, as principais propostas da base do RJ e ES para a minuta de reivindicações dos bancários:

Índice de reajuste composto por inflação + 7 % de aumento real;

Fim do teto para a PLR linear;

14º salário para cobertura das despesas tributárias e com educação que incidem no início do ano;

Parcelamento do desconto do adiantamento de férias;

Vale-cultura para todos os bancários, independente do valor do salário;

Fim do banco de horas, com pagamento integral de todas as horas-extras realizadas;

Aumento da indenização no momento da demissão, passando de um para 3 três salários vigentes a cada 5 anos trabalhados;

Modificar a redação na minuta, onde cita que a emissão da CAT só se dará com o "Fato Consumado" para abranger também as vítimas de tentativas de assalto e sequestro;

Responsabilizar o banco por arcar com despesas de mudança de residência para bancários sequestrados, incluindo aluguel ou diárias de hotel, por um prazo de 36 meses, uma vez que os criminosos já possuem informações detalhadas sobre o local de residência e rotina dos funcionários e suas famílias;

Garantia de emprego para os funcionários sequestrados;

Ampliação do auxílio-maternidade ou redução da carga horária dos funcionários que sejam responsáveis por filhos com algum tipo de deficiência;

Incluir o Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP na Convenção;

Incluir a obrigatoriedade da instalação de porta de segurança e câmeras de vigilância em todas as agências bancárias;

Aumentar para 5 o número mínimo de vigilantes em cada agência;

Aumentar de 3 para 5 a quantidade mínima de itens de seguranças exigidos para as agências;

Obrigatoriedade de instalação da porta giratória antes dos terminais de autoatendimento nas agências;

Proibição da guarda das chaves das agências por bancários;

Os bancos deverão permitir o acesso do movimento sindical ao plano de segurança das unidades bancárias;

Modificação da rotina de entrega e retirada de malotes pelos carros-fortes, para evitar problemas com as armas de grosso calibre portadas pelos vigilantes;

Extensão dos direitos da CCT dos bancários aos trabalhadores terceirizados dos bancos;

Capacitação em LIBRAS para todos os bancários;

Realização de novo Censo da Diversidade nos bancos privados e públicos, com participação do movimento sindical na elaboração e aplicação do questionário.

MOÇÃO DE REPÚDIO

à politica econômica do governo federal

Passada as eleições, várias medidas de ataques aos trabalhadores foram tomadas, como, por exemplo, reajustes nas tarifas públicas, aumento dos juros e de combustíveis, uma reforma previdenciária e trabalhista, através das medidas provisórias Nº 664 e 665. Todas estas medidas foram tomadas sem nenhum debate com os trabalhadores, sindicatos e centrais sindicais, mesmo reduzindo o valor das futuras pensões por morte à metade e triplicando o tempo mínimo de trabalho exigido para que o trabalhador demitido receba o seguro-desemprego, além de impor mudanças nas regras do auxílio-doença e PIS.

Tais medidas atingem de conjunto da classe trabalhadora, principalmente as mulheres (pensão por morte) e os jovens trabalhadores, que têm recorrido ao seguro-desemprego, sendo que, segundo o Dieese, 55 % deles não completam nem um ano no mesmo emprego.

Através destas alterações, o governo estima em retirar 18 bilhões por ano dos trabalhadores e pensionistas. Segundo o próprio Ministro Joaquim Levy, este "lucro" com os trabalhadores será utilizado para garantir o superávit primário, mas também deve ser utilizado para compensar a desoneração da folha das empresas.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou a elevação do PIS e da Cofins sobre os combustíveis, sobre os produtos importados e o retorno da Cide, que elevará mais uma vez o preço dos combustíveis, além dos aumentos do IPI sobre os atacadistas de cosméticos e do IOF no crédito para pessoas físicas. Além destas medidas, houve um novo aumento nas contas de energia elétrica ao consumidor, além do aumento das taxas de juros do financiamento imobiliário.

E para agravar mais a situação dos trabalhadores, o governo anuncia um contingenciamento orçamentário que prevê cortes em áreas sociais, principalmente na educação, precarizando ainda mais a educação pública. Mas mantém a previsão de pagamento da dívida pública para bancos e empresas em 2015 que chega a 1,3 trilhão (47 % do orçamento).

O caminho que defendemos é outro. Exigimos a mudança da política econômica. A luta dos trabalhadores está em harmonia com os interesses nacionais. Em contraposição se colocam os interesses dos banqueiros, que hoje influenciam fortemente a política econômica.

Lutamos não só para preservar os direitos e conquistas do nosso povo, como também para ampliá-las, evitando o retrocesso e avançando na direção de transformações sociais mais profundas, com a valorização da classe trabalhadora.

A Federação dos Bancários do RJ e ES, repudia estas medidas de ajuste fiscal e de ataques aos trabalhadores por parte do governo e conclama os bancários a fazerem grandes mobilizações, juntamente com os demais trabalhadores, para barrar estas medidas, mantendo a resistência contra os ataques permanentes à classe trabalhadora.

MOÇÃO DE REPÚDIO

ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha

Nós, da Federação dos Bancários do RJ e ES, repudiamos a atuação do presidente da Câmara dos Deputados que, ditatorialmente, vem dirigindo os trabalhos daquela Casa.

Nas votações de projetos que venham a favorecer os anseios da sociedade, mas que são contrários a sua vontade, o Sr. Eduardo Cunha, dando um golpe na democracia, faz de tudo para que esse projeto não passe, e uma vez passando, o deputado impõe aos seus pares, esses muitas vezes não sabendo bem do que se trata, que esse projeto volte a pauta e seja derrotado.

O deputado Eduardo Cunha, com sua atitude antidemocrática na presidência da Câmara dos Deputados, vai de encontro às prerrogativas dos parlamentares, que ficaram numa situação constrangedora, exigindo-se que deveriam partir do Legislativo exemplos democráticos e de boas relações institucionais.

Fonte: Fetraf-RJ/ES
 


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