Bancários entram em greve a partir desta terça-feira

Bancários de todo o Brasil entram em greve, por tempo indeterminado, a partir de amanhã (6). A decisão foi tirada em assembleias da categoria, realizadas entre os dias 30 de setembro e 1º de outubro, em todas as regiões do país. Em Caxias do Sul a proposta de 5,5% de aumento, oferecida pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), foi recusada por unanimidade dos bancários presentes em assembleia realizada na noite de 30 de setembro.

O coordenador da Secretaria de Organização e Política Sindical do Sindicato dos Bancários de Caxias do Sul e Região, Nelso Bebber, destaca que a definição pela rejeição à proposta oferecida pela Fenaban reflete maturidade da categoria, que nos últimos anos vem conquistando aumentos reais nos salários. “A proposta da Fenaban chega a ser uma ofensa à toda a categoria, pois não cobre nem mesmo a inflação do período, que é de 9,88%. Além disso, os bancos são os que mais estão ganhando com a crise e nunca o lucro deles foi tão alto”, diz o dirigente sindical.

Bebber lamenta a posição da Fenaban, que desencadeou a paralisação da categoria. “Esperamos que os banqueiros revejam rapidamente sua posição, que gera prejuízo não somente para os bancários, mas para toda a população.”

Informações complementares

Área de abrangência do Sindicato dos Bancários de Caxias do Sul e Região: Caxias do Sul, Antônio Prado, Canela, Farroupilha, Flores da Cunha, Garibaldi, Gramado, Ipê, Nova Pádua, Nova Petrópolis, Nova Roma do Sul, Picada Café, São Marcos, Veranópolis.

No total são 138 agências, sendo 84 em Caxias do Sul.

A proposta dos bancos

Reajuste de 5,5% (representa perda de 4% para os bancários em relação à inflação de 9,88%).

Piso portaria após 90 dias – R$ 1.321,26.

Piso escritório após 90 dias – R$ 1.895,25.

Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.560,23 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).

PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 1.939,08, limitado a R$ 10.402,22. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 22.884,87.

PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.878,16.

Antecipação da PLR
Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 01/03/2016.
Regra básica – 54% do salário mais fixo de R$ 1.163,44, limitado a R$ 6.241,33 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro.
Parcela adicional – 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2015, limitado a R$ 1.939,08.

Auxílio-refeição – R$ 27,43.

Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta – R$ 454,87.

Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) – R$ 378,56.
Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) – R$ 323,84.

Gratificação de compensador de cheques – R$ 147,11.

Requalificação profissional – R$ 1.294,49.

Auxílio-funeral – R$ 868,58.

Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto – R$ 129.522,56.

Ajuda deslocamento noturno – R$ 90,67.

O que os bancários pedem

Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real).

PLR: 3 salários mais R$7.246,82.

Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
 

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