Nesta terça-feira, 12 de abril, segundo dia do III Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, bancários de todo o país trocaram experiências sobre o combate à discriminação racial nos bancos e construíram, conjuntamente, novas propostas a serem encaminhadas ao Comando Nacional dos Bancários. O evento foi realizado nos dias 11 e 12 de abril, em Curitiba.

Os participantes do Fórum leram as cláusulas de Igualdade de Oportunidades contidas na Minuta de Reivindicações do ano passado da categoria e discutiram possíveis melhorias de redação, além de novas propostas de combate ao racismo nos bancos.

“Os bancos continuam com suas políticas discriminatórias, tanto na contratação, como na ascensão profissional e na remuneração, em que os negros ganham 87% dos salários dos brancos. Isso mostra que temos uma luta árdua pela frente, para acabar com essa discriminação na categoria e adequar a nossa realidade. Mas não podemos esquecer que os bancários têm sido protagonistas nas lutas pela igualdade de oportunidades e pelo fim de todas as formas de preconceito. Por isso, aprovamos no Fórum a contratação de 20% de negros e negra, na contratação e por seguimento, com isso apliaremos a participação de negros e negras na categoriaPor isso, aprovamos no Fórum a contratação de 20% de negros e negra, na contratação e por seguimento, com isso apliaremos a participação de negros e negras na categoria”, pontuou Almir Aguiar, secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT.

Experiências de combate ao racismo

Logo em seguida, os bancários de todo o país reunidos em Curitiba trocaram experiências relativas ao combate ao racismo e à discriminação nas várias bases sindicais. Representantes dos Sindicatos e Federações do Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro/Espírito Santo, Distrito Federal, Pernambuco e Cornélio Procópio relataram as ações de formação, organização e mobilização que estão sendo realizadas.

“De forma conjunta e parceira, os sindicatos cutistas têm conseguido fazer ações articuladas de combate ao racismo e à discriminação. Historicamente, foi a partir dos anos 1990 que começamos a sentir a necessidade de ter um olhar sobre a questão da raça no mundo do trabalho. Até que, em 2009, criamos a Secretaria Nacional de Combate ao Racismo na CUT. Atualmente, uma das nossas grandes preocupações é fazer memória das ações desenvolvidas. Toda experiência da construção coletiva deve ser registrada para que possa ter sequência no futuro”, resumiu Júlia Nogueira, secretária Nacional de Combate ao Racismo da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Carta de Compromissos

Ao final dos debates, os participantes aprovaram uma Carta de Compromissos do III Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, contendo várias diretrizes a serem seguidas para o combate ao racismo e à discriminação no Sistema Financeiro.

“A Carta de compromissos tem uma série de lutas, como a reivindicação pelo feriado nacional em 20 de novembro, campanhas pela efetivação das Convenções 100 e 111 da OIT, que tratam da igualdade de condições de trabalho e combate à discriminação racial, além de outras propostas. Fechamos o documento repudiando o ato de intolerância religiosa onde a imagem de Oxalá na Praça dos Orixás na Prainha em Brasília, DF, foi queimada na noite do dia 10 de abril. A mesa com experiências das entidades sindicais foi fundamental para ampliar e unificar as nossas lutas, com certeza, depois deste Fórum, estaremos qualificando nossas ações”, concluiu Almir Aguiar.

Confira aqui a Carta de Compromisso do III Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro

Fonte: Contraf-CUT com Seeb Curitiba
 


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