De 21 a 29 de junho será realizada a mostra de cinema “Mr. Faker – Orson Welles e a Autoria na Indústria do Cinema” trazendo 11 longas-metragens dirigidos por um dos mais importantes autores do cinema norte-americano, Orson Welles. O evento é uma promoção da Unidade de Cinema e Vídeo da Secretaria da Cultura, em parceria com o CineSesce será realizado na Sala de Cinema Ulysses Geremia do Centro de Cultura Dr. Henrique Ordovás.

A programação é inteiramente gratuita e ocorre durante sessões em horários distintos (relação abaixo). Entre as exibições, duas sessões comentadas contarão com a participação da Doutora em Letras, Adriana Antunes, do cineasta e músico Leandro Daros, do roteirista Quim Douglas Dalberto e do cineasta Daniel Vargas.

21 de junho, terça-feira, 19h30min
“CIDADÃO KANE”
Sessão comentada com Adriana Antunes e Leandro Daros
Citizen Kane. De Orson Welles, 119 min., 1941. 14 anos.
Um grupo de repórteres tenta decifrar a última palavra dita pelo magnata do jornalismo Charles Foster Kane. Diversas notícias sobre a vida de Kane começam a ser publicadas, desde a sua infância pobre até a construção de seu império.

22 de junho, quarta-feira, 19h30min
“SOBERBA”
The Magnificent Ambersons. De Orson Welles, 88 min., 1942. 14 anos.
O jovem Eugene Morgan quer se casar com Isabel Amberson, herdeira de uma família muito rica. Após alguns aborrecimentos, Isabel acaba se casando com Wilbur Minafer. Passados alguns anos, Wilbur morre, deixando Isabel viúva e com um filho. Eugene reaparece, mas o filho e a irmã de Isabel dificultarão sua reaproximação.

23 de junho, quinta-feira, 19h30min
“O ESTRANHO”
The Stranger. De Orson Welles, 95 min., 1946. 14 anos.
Um investigador de crimes de guerra viaja aos Estados Unidos para encontrar um agente nazista, que está usando uma identidade falsa. Ele passa a desconfiar do professor universitário da cidade onde continua a investigação, o qual está noivo da filha de um juiz da Suprema Corte.

24 de junho, sexta-feira, 19h30min
“A DAMA DE SHANGHAI”
The Lady from Shanghai. De Orson Welles, 87 min., 1947. 14 anos.
Michael O’Hara é um marinheiro que ajuda a bela senhora Bannister em uma tentativa de assalto no parque. No dia seguinte, O’Hara é convidado por ela e seu marido para tripular uma viagem de iate. Ao aceitar o convite, O’Hara acaba se envolvendo em uma trama de intrigas e assassinato.

25 de junho, sábado, 18h
“MACBETH”
Macbeth. De Orson Welles. 89 min., 1948. 14 anos.
Macbeth é um nobre e ambicioso escocês. Três bruxas profetizam sua ascensão a duque e, em seguida, rei da Escócia. Quando se torna duque, crê na profecia e arma o assassinato do rei. Logo, torna-se cego pelo poder, o que o leva ao declínio.

25 de junho, sábado, 20h
“GRILHÕES DO PASSADO”
Mr. Arkadin. De Orson Welles, 93 min., 1955. 14 anos.
O contrabandista Guy Van Stratten deixa uma prisão italiana se lembrando das palavras de um moribundo sobre a riqueza e o mistério de Gregory Arkadin. Guy se aproxima da amada filha de Arkadin a fim de investigar a vida do homem misterioso. Incomodado com a presença do contrabandista, Arkadin declara ter amnésia sobre o que se passou com ele antes de 1927, levando Guy a investigar seu desconhecido passado.

26 de junho, domingo,18h
“A MARCA DA MALDADE”
Touch of Evil. De Orson Welles, 95 min., 1958. 14 anos.
O policial do departamento de narcóticos do México, Ramon Miguel Vargas, interrompe abruptamente sua luade-mel, em uma cidade na fronteira do México com os Estados Unidos, quando um empreiteiro norte-americano é assassinado com uma bomba implantada em seu carro. Vargas necessita investigar a fundo o caso, trabalhando com o corrupto capitão da polícia norte-americana Hank Quinlan.

26 de junho, domingo, 20h
“O PROCESSO”
Le Procès. De Orson Welles, 107 min., 1967. 14 anos.
Adaptação do livro homônimo de Franz Kafka, o filme traz a história de Josef K., que acorda de manhã com policiais dentro de seu quarto. Eles lhe dizem que é acusado de um crime, o qual não cometeu, mas nada lhe é explicado. Em vez de descobrir a razão da acusação e declarar inocência, ele tenta correr por fora do sistema judicial. Mas como em tudo o que faz ele não obtém êxito, K. se vê preso em um pesadelo tipicamente kafikaniano.

27 de junho, segunda-feira, 19h30min
“FALSTAFF – O TOQUE DA MEIA-NOITE”
Falstaff. De Orson Welles, 98 min.,1965. 14 anos
O decadente Sir John Falstaff tem uma vida desregrada junto com seu amigo, o herdeiro do trono da Inglaterra, príncipe Hal (futuro rei Henrique V). A amizade entre os dois é desaprovada pelo rei Henrique IV, que está próximo de seu leito de morte. O filme é inspirado na compilação de trechos da obra de Shakespeare, Henrique IV.

28 de junho, terça-feira, 19h30min
“VERDADES E MENTIRAS”
Sessão comentada com Quim Douglas Dalberto e Daniel Vargas
F for Fake. De Orson Welles, 89 min., 1973. 14 anos.
Em documentário sobre falsificação, Orson Welles foca no notório falsificador de obras de arte Elmyr de Hory e no seu biógrafo, Cli ord Irving, também acusado de escrever a fraudulenta autobiografia do famoso magnata Howard Hughes. Durante o enredo, Welles também fala de sua carreira, mencionando o famoso caso da falsa invasão marciana.

29 de junho, quarta-feira, 19h30min
“DON QUIXOTE”
Don Quijote. De Orson Welles, 116 min., 1992. 14 anos.
Após a leitura de diversas histórias épicas sobre grandes cavaleiros, Don Quixote e seu servente Sancho Panza decidem desbravar as estradas da Espanha com o objetivo de proteger os mais fracos e realizar bons feitos. Adaptado da clássica obra de Miguel de Cervantes, o filme foi finalizado por Jesus Franco e Patxi Irigoyen, após a morte de Orson Welles, em 1985.

Quem é Orson Welles

Orson Welles (1915-1985) ainda hoje é figura singular e polêmica na história do cinema. Por ter uma personalidade provocadora, teve sua carreira associada a uma filmografia produzida com muitas dificuldades. Hoje é impossível dissociá-lo da própria história: homem, cineasta e ator se confundem com seus personagens.

O traço que une os filmes de Welles é a ânsia de liberdade e a abominação pelo conservadorismo e pelo servilismo humano. Ao trabalhar em um universo tão movediço, Welles optou por ser um “impostor”, não em um viés criminoso, mas para nos fazer ver que tudo o que envolve o humano é sujeito a manipulação. Welles utilizou os recursos de câmera para fazer filmes de visual incomparável, com ângulos surpreendentes e narrativos inovadores.

Em 1941, ao realizar seu primeiro filme “Cidadão Kane”, concebeu-o como seu manifesto inconteste e o inscreveu entre as obras máximas já realizadas na história do cinema
 


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