As iminentes transformações no atendimento oferecido pelo sistema financeiro já atingem a área operacional do Santander. A fim de esclarecer os efeitos práticos do projeto Derivação sobre os trabalhadores, a Fetrafi-RS promoveu uma reunião entre dirigentes sindicais de todo estado e representantes do banco espanhol na tarde desta sexta-feira (15), na sede da entidade, em Porto Alegre. O combate às práticas de assédio moral também foi uma reivindicação dos sindicalistas, que têm recebido inúmeras denúncias nos últimos meses.

Durante a reunião, os representantes do Santander foram questionados sobre as mudanças geradas pelo projeto Derivação, que praticamente extingue a área operacional de algumas agências, com a realocação dos caixas por um determinado em uma nova função denominada pela instituição como "agente comercial”. Uma versão piloto do projeto, experimentada na base do Sindicato dos Bancários de Pelotas, rendeu dúvidas entre os trabalhadores, limitou o atendimento e ainda gerou incerteza quanto à manutenção dos postos de trabalho na função de caixa.

De acordo com os representantes do banco, a parte transacional, burocrática e que envolve papel vai desaparecer. Segundo eles, as transações de caixa diminuíram entre 10% a 12% por ano. No entanto, os gestores reconhecem que embora a evolução tecnológica atinja as áreas operacionais, a necessidade de atendimento vai permanecer.

O agente comercial

A função de agente comercial surge como uma carreira intermediária entre as áreas operacional e comercial. Com isso, a principal função deixa de ser caixa, visto que o bancário permanece no atendimento direto apenas alguns dias do mês. Após este período, o trabalhador vai atuar na área comercial. Após questionamento dos sindicalistas, os representantes do banco garantiram a manutenção integral da gratificação de caixa nestes casos, independente de quantos dias o bancário permaneça na função.

O Santander possui cerca de 8 mil funcionários na função de caixa e irá promover 850 para a função de agente comercial. Além de Pelotas no RS, o banco já implementou o Projeto derivação em agências de São Paulo e Minas Gerais.

Sobre o futuro próximo

Os dirigentes sindicais ressaltaram que além da garantia de emprego, o Santander não pode se esquivar da responsabilidade social de atender clientes e usuários do banco. "Entendemos que todos os bancos passam por um processo inevitável, repleto de mudanças gradativas impostas pelo mercado e pelo próprio sistema financeiro. Nossa preocupação maior no momento está relacionada com o futuro dos 7.150 colegas na função de caixa, que não serão promovidos para a nova função. Por outro lado, temos o dever de lutar pela manutenção dos direitos da categoria e por serviços de qualidade à população brasileira, que paga tarifas e juros altíssimos”, salienta o representante gaúcho na COE/Santander, Bino Kohler.

Fonte: Comunicação/Fetrafi-RS
Edição e Fotos: Marisane Pereira/Mtb-RS9519
 


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