Os bancários intensificaram a greve em todo o país em resposta ao silêncio intransigente dos banqueiros, que se negam a retomar as negociações e apresentar proposta decente, que comtemple as reivindicações da categoria. Mesmo enfrentando repressão e ameaças, neste 16º dia de greve 13.398 agências e 40 centros administrativos ficaram parados, cerca de 57% dos locais de trabalho. Em Caxias do Sul São 52 estabelecimentos em greve, sendo 46 em Caxias e o restante em cidades da base territorial do Sindicato dos Bancários de Caxias do Sul e Região.

Não há nenhuma reunião agendada entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban. Desde o dia 9 de setembro os bancos vêm repetindo a proposta de 7% de reposição mais abono de R$ 3,3 mil. “A proposta não contempla nem mesmo a inflação do período, que é de 9,62%, e abono não incorpora ao salário, ou seja, não incide sobre nenhum benefício conquistado e vai repercutir negativamente nos salários futuros e até na aposentadoria”, explica o coordenador da Secretaria de Organização e Política Sindical do Sindicato dos Bancários de Caxias do Sul e Região, Nelso Bebber.
“O cenário está realmente complexo e representa a instabilidade em que vivemos. A OAB interferiu na nossa greve, os bancos continuam acionando os famigerados Interditos Proibitórios para sufocar o nosso movimento e os bancários e bancárias continuaram firmes. A Fenaban continua negando uma proposta decente e os trabalhadores e a população são penalizados. Lamentável a ausência de responsabilidade social que estamos enfrentando. Só a luta te garante”, afirma Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT.

Principais reivindicações dos bancários

Reajuste salarial: reposição da inflação (9,62%) mais 5% de aumento real.
PLR: 3 salários mais R$8.317,90.
Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo).
Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês.
13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês.
Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.
Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

Proposta dos bancos rejeitada na mesa de negociação

Reajuste de 7% (representa perda de 2,39% para os bancários em relação à inflação de 9,62%).
Abono de R$ 3.300,00 (parcela única, não incorporado aos salários).
Piso portaria após 90 dias – R$ 1.474,05.
Piso escritório após 90 dias – R$ 2.114,43.
Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.856,31 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).
PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 2.163,31, limitado a R$ 11.605,13. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 25.531,27.
PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 4.326,63.
Antecipação da PLR – Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 02/03/2017. Regra básica – 54% do salário mais fixo de R$ 1.297,99, limitado a R$ 6.963,08 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro. Parcela adicional equivalente a 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2016, limitado a R$ 2.163,31.

Fonte: Contraf-CUT


Compartilhe este conteúdo: