O Comando Nacional reunido na última quinta-feira (29) de setembro recusou a proposta de reajuste salarial rebaixada e mantida pelos bancos. Resolveu também chamar uma assembleia nacional para dizer aos bancários e bancárias em que pé estão as negociações e perguntar quais os rumos tomaremos. É evidente que a categoria está enfrentando uma greve política e resultante das recentes mudanças na conjuntura brasileira.

“Temos que admitir que é uma situação completamente anormal. Nenhum setor da economia fica tanto tempo em greve sem atender minimamente o reajuste dos seus trabalhadores pela inflação. Seria até compreensível se fosse um setor com prejuízos. Mas, como os bancos vão explicar isso para os seus clientes e para a população. Eles ganharam rios de dinheiro. Seus lucros são recordistas. Porque querem achatar os salários de seus empregados? De onde vem esta orientação? Do FMI? Do ajuste fiscal? De onde?”, indagou Roberto von der Osten, um dos coordenadores do Comando Nacional.

Mais de uma centena de sindicatos fizeram assembleias organizativas e decidiram fortalecer a greve, a unidade e a mobilização da categoria. Várias propostas criativas de ampliação e de diálogo com as comunidades foram apontadas, já que os clientes, os usuários e a população estão sofrendo muito com a greve esticada pelos banqueiros.

São 28 dias com forte mobilização em todo o país. Estamos com 13.245 agências e 29 centros administrativos paralisados por tempo indeterminado, o que corresponde 56% de adesão da categoria.

Altos lucros

Os lucros dos bancos permanecem nas alturas, enquanto muitos setores registram perdas. Isto vem revoltando os grevistas. Os cinco maiores bancos brasileiros (Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) apresentaram, no primeiro semestre de 2016, o lucro líquido de R$ 29,7 bilhões.

A população também sente no bolso a ganância dos banqueiros. Pesquisa divulgada nesta quarta-feira (28) pelo Banco Central, revela que a taxa de juros do cheque especial bateu novo recorde de julho para agosto, e chegou a 321,1% ao ano.

Os juros do cartão de crédito não param de subir. Em agosto, na comparação com o mês anterior, houve alta de 3,5 pontos percentuais, com a taxa em 475,2% ao ano. Neste ano, essa taxa já subiu 43,8 pontos percentuais.

Fonte: Contraf-CUT
 


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