Em plenária ocorrida na sexta-feira (4), a CUT-RS e centrais sindicais intensificaram a organização e mobilização para o dia nacional de greve e paralisações, que será realizado na próxima sexta-feira (11) contra a retirada de direitos da classe trabalhadora. A reunião aconteceu no auditório do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário, no centro de Porto Alegre.

Em Caxias a programação inicia às 14h, com uma plenária dos trabalhadores do auditório do Sindiserv e prossegue com caminhada até a Praça Dante Alighieri, onde está programado um ato conjunto às 17h.

Foi definido que o dia 11 de novembro será marcado por greves de categorias em campanhas salariais, paralisações e solidariedade às manifestações de trabalhadores do transporte coletivo. Haverá também um ato às 18h, na Esquina Democrática, com caminhada pelas ruas do centro da capital gaúcha.

A mobilização será convocada através de panfletos das centrais, bem como através de carro de som, jornais, sites e facebook das entidades sindicais, das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e dos movimentos sociais. Haverá também mobilizações em Caxias do Sul, Pelotas, Rio Grande e Passo Fundo, dentre outras cidades do interior gaúcho.

Nenhum direito a menos

"Vamos chamar os trabalhadores para que despertem da manipulação da mídia golpista e participem do dia nacional de greves e paralisações, pois os direitos trabalhistas, previdenciários e sociais estão ameaçados de cortes pelo governo não eleito de Michel Temer”, afirmou o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo. "Vai ser mais uma grande jornada de luta rumo à construção da greve geral”.

Ele destacou que o objetivo é aumentar a pressão contra a reforma da Previdência, o desmonte da CLT, a terceirização sem limites, a PEC 55 que congela os gastos em saúde e educação por 20 anos (aprovada como PEC 241 na Câmara) e as privatizações. Os protestos visam também defender o pré-sal e a Petrobras e combater a MP 746, que reforma o Ensino Médio, e o PL 190/15, que prevê a escola com mordaça.

Ainda será realizada uma audiência pública, às 15h, da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa, proposta pelo deputado Adão Villaverde (PT), no Teatro Dante Barone, para debater os impactos da PEC 55 e da MP 746.

Os dirigentes sindicais se manifestaram também solidários com as ocupações de escolas e universidades e com as lutas dos servidores públicos contra o parcelamento de salários.

 Ato contra a terceirização e em defesa da Justiça do Trabalho

As centrais debateram também o julgamento de uma ação que trata da liberação da terceirização, que ocorre na próxima quarta-feira (9), no Supremo Tribunal Federal (STF). ”Com uma só tacada, os ministros decidirão se é permitido ou não a terceirização nas atividades-fim”, alertou Claudir.

Para protestar contra a terceirização, as centrais farão um ato em Brasília, além de manifestações nos estados. As centrais decidiram que será realizado um ato, às 12h, em frente à Justiça do Trabalho, no bairro Praia de Belas. Também serão promovidos protestos no interior gaúcho.

"Não podemos aceitar que toda e qualquer atividade das empresas seja terceirizada, o que seria rasgar a CLT e as convenções e acordos coletivos, provocando redução de salários e direitos, precarização do trabalho, mais acidentes de trabalho e desestruturação da organização sindical. Seria a volta aos tempos da escravidão”, salientou Claudir.

"Além disso, precisamos alertar a sociedade para o papel do STF, que não impediu o golpe do impeachment e agora vem tomando decisões contra interesses dos trabalhadores e aposentados, como o corte do salário para os servidores em greve, a suspensão da ultratividade e a rejeição da desaposentação”, apontou o presidente da CUT-RS.

Unidade e mobilização contra a retirada de direitos

O presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, afirmou que há um esforço do governo golpista para a desconstrução dos direitos trabalhistas. "Vivemos uma distorção muito grande, pois o Judiciário está legislando e o grande desafio colocado é como fazer com que os trabalhadores compreendam o período de retrocessos que estamos vivendo”, salientou.

O representante da Intersindical, Jerônimo Menezes, chamou a atenção de que "o que está em curso no país é um processo de transferência de renda do povo para os setores conservadores”. Ele também frisou "o ataque que os estudantes que estão nas ocupações estão sofrendo. E não há outro caminho que não seja a unidade sincera de classe”.

A plenária contou também com a participação de representantes de entidades dos trabalhadores do transporte coletivo. "Teremos um papel muito importante neste dia de luta, pois temos companheiros que transportam as pessoas há 30 anos e agora estão sofrendo os mais diversos ataques, inclusive às vésperas da aposentadoria”, disse o diretor do Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre, Emerson Dutra, o Balinha.

Fonte: CUT/RS

 


Compartilhe este conteúdo: