Neste dia 26 de janeiro a Contraf-CUT completa 11 anos. Com um histórico de muitas lutas e conquistas, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro encara o novo período com forças renovadas na defesa da democracia, dos direitos da classe trabalhadora e contra qualquer forma retrocesso.

O ano de 2017 promete não ser nada fácil para o trabalhador brasileiro. Reforma da previdência, flexibilização da CLT, desmonte dos bancos públicos, as ameaças são muitas e não param de brotar após o Golpe contra o Brasil. Mas com uma existência firme e vigorosa na organização de uma das categorias mais atuantes do país, a Contraf-CUT está pronta para o enfretamento.

Greve histórica

Na última Campanha Nacional, os bancários venceram a intransigência dos banqueiros com uma greve histórica de 31 dias. A maior mobilização dos últimos 20 anos, com o mote “Só a Luta te Garante”, conseguiu atravessar um cenário de caos, instabilidade polícia, econômica e social.

Os bancários asseguraram um acordo inédito de dois anos (2016-2018), que garante para 2017 a reposição integral da inflação, mais 1% de aumento real, num momento em que o desemprego aumenta a cada dia e a palavra de ordem é resistência.

Mobilização e Democracia

A Contraf-CUT coordena o Comando Nacional dos Bancários e possui atualmente 8 federações e 115 sindicatos filiados, representando 90% de todos os funcionários de bancos públicos de todo o país. A entidade também virou referência internacional para os trabalhadores de todo o mundo. É filiada à UNI Global Union, sindicato mundial que representa 20 milhões de trabalhadores do setor de serviços e integra a diretoria da Uni UNI Américas Finanças, com Roberto von der Osten na 1ª vice-presidência. A presidência mundial da UNI Finanças é ocupada pela representante da Contraf-CUT, Rita Berlofa, dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

DO DNB À CONTRAF-CUT – 30 anos de construção da Unidade Nacional

1985 – No dia 6 de junho, às vésperas da primeira grande greve nacional dos bancários, diante da necessidade de articular a organização da categoria em todo o país, representantes de sindicatos e oposições de 16 estados fundam em reunião no Rio de Janeiro o Departamento Nacional dos Bancários da CUT (DNB/CUT). É eleita uma comissão provisória integrada por dirigentes dos sindicatos de São Paulo, Rio, Porto Alegre e Londrina.

1986 – Encontro Nacional de Bancários aprova em São Paulo o estatuto do DNB-CUT e elege nova coordenação, integrada pelos sindicatos de São Paulo, Rio, Porto Alegre, Londrina, Ipatinga, Alagoas e Sergipe.

1987 – Pela primeira vez o DNB, representando a CUT, entrega pauta de reivindicações à Fenaban.

1989 – 1º Congresso do DNB-CUT, realizado em junho, elege a primeira diretoria, encabeçada por Ricardo Berzoini.

1990 – No 2º Congresso, em agosto, começa o debate para transformar o Departamento em Confederação (CNB-CUT).

1991- O DNB-CUT avança rumo à unidade nacional e pela primeira vez apresenta à Fenaban a Minuta Mínima Unificada, com as reivindicações dos bancários de todos os bancos.

1992 – 3º Congresso transforma o DNB em CNB-CUT e aprova filiação à Fiet, federação internacional de trabalhadores em serviços. Berzoini é (re)eleito presidente.

A CNB-CUT assina a primeira Convenção Nacional dos Bancários com a Fenaban.

1994 – 1º Congresso da CNB/CUT, realizado em junho em São Paulo, elege Sérgio Rosa presidente. Bancários conquistam a cesta-alimentação.

1995 – Bancários são a primeira categoria a conquistar a PLR.

1997 – O 2º Congresso da CNB, realizado no Rio de Janeiro, reelege Sérgio Rosa. Categoria conquista complementação salarial por doença ou acidente de trabalho, além da verba de requalificação profissional na demissão. Criada a comissão permanente de saúde e a comissão de raça, gênero e orientação sexual.

1998 – Conquista do Programa de Prevenção, Tratamento e Readaptação de LER/Dort.

1999 – A CNB-CUT participa, em março, da criação da Union Network Internacional (UNI), em Congresso Mundial realizado em Sidney, a partir da fusão da Fiet, da CI (Comunication International) e da FGI (Federação Internacional dos Gráficos). Gilmar Carneiro é eleito para o Comitê Executivo Mundial da UNI. Realizada em julho, no Rio, a 1ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro.

A CNB-CUT é eleita para a direção da Coordenadora das Centrais Sindicais no Cone Sul (CCSCS).

2000- 3º Congresso da CNB/CUT, realizada em São Paulo, elege Fernanda Carisio presidente.

2002 – Realizada em agosto 1ª Conferência Mundial do Setor de Finanças da UNI, no Rio de Janeiro, seguida da 1ª Conferência da UNI Américas. Inclusão na CCT de cláusula sobre Igualdade de Oportunidades.

2003 – O 4º Congresso da CNB-CUT elege Vagner Freitas presidente. Primeira campanha nacional unificada. Com greve, bancários dos bancos públicos conquistam a mesma PLR dos bancos privados.

2004 – Com greve vitoriosa, bancários conquistam aumento real de salário, o que se repetiria nos dez anos seguintes. CNB/CUT assume a presidência da UNI Américas Finanças.

2005 – Assinada a primeira Convenção Nacional dos Bancários com participação do Banco do Brasil e da Caixa Federal.

2006 – Criada a Contraf-CUT, em assembleia realizada em Curitiba em janeiro. Luiz Cláudio Marcolino é eleito presidente. Conquista do valor adicional da PLR e implementação do grupo de trabalho para debater assédio moral com a Fenaban. 1º Congresso da Contraf-CUT, realizado em Nazaré Paulista, em abril, elege Vagner Freitas presidente.

2007 – Conquista da 13ª cesta-alimentação.

2008 – A Contraf-CUT obtém o reconhecimento legal do Ministério do Trabalho. Conquista do primeiro Censo da Diversidade.

2009 – 2º Congresso da Contraf-CUT, em São Paulo, elege Carlos Cordeiro presidente.Conquista da licença-maternidade de 180 dias.

Mudança no modelo de cálculo e melhorias da PLR adicional. Inclusão dos parceiros de mesmo sexo nos planos de saúde.

2010 – Inclusão na CCT de cláusula com mecanismo de combate ao assédio moral.

2011 – Fim de divulgação de rankings individuais de produtividade, ampliação do aviso prévio proporcional, 5 mil novas contratações na Caixa, proibição de transporte de numerário por bancários e avanço na igualdade de oportunidades.

2012 – Conquista do II Censo da Diversidade, do projeto piloto sobre segurança bancária e avanços na saúde e condições de trabalho.Realizado, em Guarulhos, o 3º Congresso da Contraf, com reeleição de Carlos Cordeiro.

2013 – Com grande participação dos bancários, mobilização impede votação do PL 4330 da terceirização no CCJ da Câmara dos Deputados. Conquista da proibição de cobrança de metas via SMS, da mesa parar apurar causas dos adoecimentos e do vale-cultura.

2014 – Com mais uma grande greve, bancários conquistam aumento real de salário pelo 11º ano consecutivo, acumulando ganho de 20,7% acima da inflação nos salários e de 42,1% no piso. Também conquistam avanços no combate às metas abusivas e ao assédio moral, na igualdade de oportunidades e na segurança bancária.

2015 – 4º Congresso, em São Paulo, elege Roberto von der Osten presidente da Contraf-CUT. Greve com 21 dias, unidade e determinação da categoria asseguram aumento real pelo 12º ano consecutivo, acumulando 20,83 de ganho real nos salários, 42,3% nos pisos e 26,3% nos vales. Bancários também garantem assinatura de termo de entendimento com os seis maiores bancos para tratar de condições de trabalho, com o objetivo de reduzir as causas de adoecimento.

2016 – Contra a intransigência dos bancos, os bancários fazem a maior greve dos últimos 20 anos.  Com 31 dias de intensas mobilizações, a categoria bancária conquista acordo inédito de 2 anos, com 8% de reajuste mais abono de R$3,5 mil em 2016. Reajuste de 15% no vale-alimentação, 10% no vale-refeição e auxílio-babá. Além de reposição integral da inflação para 2017, mais 1% de aumento real. Na defesa do emprego, bancários também conquistam o GT de Requalificação e Realocação Profissional, que visa discutir critérios para a construção de centros de requalificação e realocação de empregados nos bancos.

Fonte: Contraf-CUT


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